Quarto 002

-Um dos quartos da Ala Hospitalar.

* Pela primeira vez... a morena se deixava levar. Não hesitava e nem relutava, somente deixava as enfermeiras e o médico cuidarem de si. Agora, neste quarto super arrumadinho e gostosinho, a jovem ficava deitada sobre uma cama/maca super bonita e tecnológica. O médico entrava, e assim, passava uma pomada amortecedora e logo começava a enfaixar. Como ele não tinha especialização em cirurgias e sabia que somente o repouso e a faixa iria cura-la, ele o fez. Logo depois, o médico entregou-lhe um potinho de remédios para que a dor diminuísse. Para que o rapaz colocasse as faixas, a morena ficava somente com a saia e as faixas por toda a barriga e peitos, mas realmente... aquilo não era constrangedor. Assim, o médico saia e avisava a Naoyuki que ela já poderia receber uma visita, mas que ela teria que ficar lá por um tempo. *

* Após ser avisado, este entrava no quarto, vendo sua garotinha deitada naquela cama, toda enfaixada. Tinham deixado uma cadeira logo ao lado da cama. Naoyuki ia lentamente até a cama, engolindo em seco no caminho, ainda lutando contra o ódio que estava sentindo de Tsugumi. A garota tinha simplesmente destruído Keiko, aquilo não era possível... tal força num único chute, ela realmente... ela tinha potencial. O professor então sentava na cadeira, e pegava na mão de Keiko, fazendo-a perceber que ele já estava ali, e então começava a fazer um carinho nela. Ver Keiko daquele jeito era foda, era realmente foda, aquilo cortava seu coração como uma faca. Mas... ver que ela já estava bem era o suficiente para o professor ficar tranquilo. Dava um pequeno beijo na mão dela, e logo voltava seus olhos aos dela, com um sorriso besta no rosto. Ainda sentia uma dor na barriga, mas diminuída, graças ao remédio que deram para ele. *

- Está tudo bem agora, minha pequena. Tá tudo bem...

* Permanecia com os olhos fechados todo o tempo, mas ainda algumas lágrimas escorriam deles. Era óbvio que as lágrimas eram, agora, de tristeza, pois seu corpo já tinha se aliviado e sua feição não demonstrava mais raiva. Estava triste por tudo, por ter feito seu amor se machucar, por ter se machucado, por ainda ser fraca e por ter ouvido de Tsugumi todas aquelas coisas... Tudo aquilo a machucava. Realmente, não entendia o porquê de tudo isso por parte de Tsugumi... aquela vadia... Aos poucos, abria seus olhos e passava a olhar para seu amado, assim, dava um sorriso no canto na boca. *
- E-eu te amo, meu amor... Eu te amo...

- Shhh... eu também te amo, minha pequena. Eu também te amo...

* Então, com um sorriso no rosto, ele inclinava um teco o corpo o limpava as lágrimas dos olhos dela, e logo após dava um selinho nesta, seguido de uma leve risada. Voltava a se sentar, e assim, sentia novamente sua barriga doer, instintivamente colocando uma mão nela, a apertando. Fechava os olhos em dor, e então, tossia. Tossia em seco, mas logo, voltava a sua pose normal, segurando a mão dela. Dava outro sorriso para Keiko, demonstrando estar bem. Queria que a garota relaxasse o máximo, queria vê-la 100% o mais rápido possível, e isto seria ainda mais fácil sem ela se preocupar. *

- E fique tranquila, Keiko... eu estou bem, sim?

- Naoyuki...
* Retribuia o selinho, mas logo após passava a fita-lo preocupada. Poxa... Tudo aquilo que tinha acontecido, e ainda tinha aquelas tosses estranhas... Como não se preocupar? Realmente não queria ter uma discussão por causa da dor que sentiria, mas sabia que ele era teimoso e isso poderia fazer uma acontecer, mas ainda sim estava preocupada demais. *
- Sei que tomou remédio para dor, mas... aproveite que estamos aqui e procure saber o que são essas tosses, amor...
* É. Era a primeira vez que a morena chamava o professor de "amor", e isso a corava levemente. Voltava a fechar os olhos, repousando tranquilamente. *

- Pode deixar, meu amor. Pode deixar.

* Este então, com um sorriso no rosto, se levantou e foi procurar uma enfermeira. Após um tempo de conversa, ele voltou até o quarto, logo se sentando. Voltava a segurar a mão da garota, e agora a olhava nos olhos, com um sorriso. Ele teria marcado algo para amanhã, um exame mesmo. Bem, não poderia ser algo besta: ele tinha isto tem anos. Mas tuberculose não seria, senão ele não teria resistido. Deve ser algum problema besta no pulmão... ou sério. *

- Marquei um exame para amanhã, tudo bem, minha pequena?

* Continuava com os olhos fechados, mas ouvia uma conversinha de fundo. Aos poucos o remédio fazia mais efeito, e assim descobria que tinha um teco de calmante, pois aos poucos, ficava com bastante sono. Não. Não queria dormir, queria ficar com seu amado alí, sentindo o rapaz segurar a mão. Permanecia com um pequeno sorriso nos lábios. *
- Okay, okay... espero que esteja tudo bem... ahn, bom.. acho que não saio aqui hoje... não vai dar para sairmos... Me desculpa..

- Não tem problema, é para seu bem. Eu fico aqui contigo, amor. A aula já foi dada, de qualquer maneira. O cabeludinho vai se virar, é um garoto esperto... que tem uma voz fodida. Se quiser descansar...

* Percebia a moleza da garota, sua mão mal estava pesando mais na mão do professor e ela já parecia fraca pelo chute, ainda mais pelos remédios... mas bem, ele realmente estava disposto a passar o resto do dia E SE NECESSÁRIO a madrugada ali, junto à ela. Ele realmente se preocupava com ela, e gostava de ficar junto à ela. Talvez ele teria de sair de tarde, mas com certeza voltaria. Coitadinha... *

- De jeito nenhum... Você tem aula para dar e depois tem que descansar... e-eu realmente não vou conseguir ir para o seu quarto hoje e... f-fazer aquelas coisas co-contigo...
* Corava-se levemente ao dizer isso. Realmente estava preocupada com o professor. *
- Ah... Olha. Não acha que eu fico sexy de saia e enfaixada?
* Logo após dizer, começava a dar umas risadas, mas logo parava devido a dor. Assim, levava a mão livre até a barriga e apertava-a suavemente, soltando um gemidinho de dor. Logo após isso, soltava um pequeno riso novamente. *

- Eu dou a minha aula de tarde e volto para cá. Consigo descansar contigo... e não se preocupe sobre aquilo, teremos... uma vida toda para isto, então relaxe... e sim, fica bem sexy, até.

* Corava TOTALMENTE com o que tinha dito, mas ao mesmo tempo, soltava uma risadinha. Ela estava em dor ainda, e aquilo era totalmente visível. Ela se preocupava tanto com ele... mas era normal, assim como ele realmente se preocupava bastante com a garota. Ainda segurando a mão dela, este dava um apertinho nela ao ouvi-la gemer de dor. Aquele chute tinha doído nele, e mesmo com os remédios, sabia que aquilo ainda doía completamente. *

- N-Não se esforce! Descanse o máximo, meu a-amor...

- Mas... ela está estudando na sala ao lado da minha... não sei se suportarei isso... E eu sei, né. Eu sempre estou sexy.
* Ria baixinho novamente, mas bem pouquinho para não sentir dor alguma. Sentia o rapaz apertar a mão, e assim, voltava a sorrir para ele, devido a preocupação com isso. *
- Eu estou bem... Quem tem que descansar é você.

- Eu estou ótimo... estou contigo, claro que eu estou ótimo. Agora... relaxe um teco, se quiser dormir...

* Este então se ajeitava na cadeira, agora, colocando a cabeça perto da dela, na cama. Estava só relaxando mesmo, não se ajeitava totalmente em cima da cama dela, claro. Só colocava a cabeça na cama dela, próximo a dela. Fechou os olhos um teco, e apertava a mão dela. Ele estava adorando ficar ali, aquilo o relaxava. *

- Naoyuki...
* Virava o rosto para o lado, permanecendo de olhos fechados. Sentia que ele estava com a cabeça ao seu lado, mas ainda permanecia com a cabeça virada para o outro lado. Soltava a mão da dele, levando para o próprio peito e apertando, não como sinal de dor física, mas emocional. *
- Eu realmente sou muito mais fraca que Tsugumi... e com aquela outra aluna babaca ao lado dela... nunca conseguirei vence-la...

- Você tem a mim, e eu prometi à você que iria te proteger, não é? Fique tranquila...

* Ao vê-la com a mão no peito, o professor colocou a mão junto à dela, enquanto sorria. Ele realmente queria ficar do lado dela nessa, e se fosse necessário perder o emprego por bater em uma aluna... bem, agora ele tinha um motivo. Era evidente que Tsugumi era realmente mais forte, mas Keiko tinha à Naoyuki: e ele protegeria a garota com todas as forças. *

- Não seremos capazes de derrota-la... e... se acontecer algo com você... eu nunca me perdoaria.
* Apertava suavemente a mão que estava sobre o próprio peito, enquanto algumas gotículas de água se formavam em seus olhos fechados. Não estava triste só por ser fraca, mas... realmente, a morena não se imagina mais como continuar sobrevivendo sem ele. *

- Sh, nós a derrotaremos. Juntos. E nada vai acontecer comigo, estou contigo, não é? Fica relaxada, meu amor... fica relaxada.

* Corava um teco com isto, e ao perceber o olho da garota lacrimejando, este se levantava e começava à limpá-los com a mão que ainda estava livre, não deixando as gotas escorrerem o meigo e tranquilo rosto da garota. Para tentar ainda mais tranquilizar a garota, ele dava um pequeno aperto na mão da garota, seguido de uma risadinha tranquila. *

* Aos poucos, devido aos remédios fortíssimos que tomara para seu corpo relaxar, a morena caia no sono, dormindo suavemente. Sua feição era quase a de um anjo, de tão serena que estava. *

* Percebia que a garota tinha já adormecido, e então em um único impulso o professor se levantou, sabendo da hora e que já estava atrasado para dar sua aula. Deu um pequeno beijo na testa da garota e chamou uma enfermeira, avisando-a para que se a garota tomasse alta ainda hoje, que fosse procurar pelo sensei na sala dos professores. Se até de noite ela não aparecesse, ele com certeza voltaria ali. Com um sorriso e um olhar para a garota adormecida, o professor agora corria em velocidade para a sala D, terceiro ano. *

* Entrava no quarto silenciosamente, observando sua pequena irmã dormindo. Não poderia fazer um fuzuê todo ali, então decidiu... tentar assassinar a garota, só que com silêncio. O jeito mais novela de todos e clichê pra caralho seria tacar um travesseiro na cara da garota e simplesmente a matar ali mesmo... e foi exatamente o que Tsugumi fez. Pegou DOIS travesseiros, e com seus 200 de força ela pressionou os dois travesseiros no rosto de Keiko, forçando-os para baixo. Realmente, Tsugumi estava colocando muita força ali, quase que subindo em cima da garota para restringir seus movimentos; mas não o fez por puro descuido. Simplesmente segurava com as duas mãos nos travesseiros, os apertando. Estava rezando para que ninguém entrasse, ou para que Keiko não tivesse uma reação rápida o suficiente para frustrar aquele assassinato. *

* Estava dormindo como um bebe, e como bebes tem sono leve... A morena acordava exatamente no instante que a sua irmã entrou no quarto, sentindo aquela presença maligna da mesma, mas continuara ali, deitada e imóvel, como se ainda estivesse dormindo. No instante que Tsugumi ia pressionar os travesseiros contra o rosto de Keiko, a morena rolou sobre a cama e se jogou no chão, evitando assim que morresse sufocada. Aquilo fez com que sua costela quebrada doesse demais, assim levava a mão destra para a mesma e a pressionava. Com a mão livre, apoiava-se no chão e se levantava com dificuldade, e com a tal, pegava seu colar e já transformava-o na metralhadora, apontando para o rosto da peituda. *
- Que suja você é, Tsugumi Onee-chan...

* ESSA PORRA DESSA BONECA! Como que com tanta dor ela conseguira fazer aquilo?! Isto tinha realmente frustrado a garota por completo, que soltara os travesseiros de sua mão e simplesmente o faziam cair no chão, agora fitando sua irmã. *

- Desgraçada. Mesmo com a dor que sentira, como ainda pode se mover assim?! Eu ainda te mato... mas isto não é hora nem lugar. Você e aquele robô que te protegeu mais cedo. Vocês estão marcados para morte... meu serviço não acabou naquela tarde que assassinei a vadia da sua mãe, Keiko!

* E com isso, a garota simplesmente ficava em pose de luta, para que se sua irmãzinha TENTASSE atirar em Tsugumi, esta pudesse se desviar com facilidade, pela natureza Youkai. Ela realmente queria ver se aquilo realmente afetaria Keiko, sabia que a garota era fraca em espírito e fisicamente, ou era o que Tsugumi pensava. Queria abalar a garota, e claro, assassinar ela mais tarde. *

- Aquele robô... Aquele robô é o meu namorado. Ele me aceita e me ama como eu sou. Já você, bom... Já você vive de máscaras.
* Via a irmã ficando e pose de luta, e isso a assustava. Não tinha condições alguma de lutar contra a irmã, tanto pela dor, quanto por ser 30x mais fraca que ela, atualmente. Ela, com certeza, desviaria com uma super facilidade de seus tiros, já que, aparentemente, ela era corpo a corpo e tem uma puta agilidade. Aquilo a frustrava, apertando os punhos da mão que estava sobre as costelas. *
- Isso tudo é inveja? Inveja do papai ter mais amor por mim do que por você? É... acho que ele sabia quem era a irmã "boa".
* Estava com tanta raiva, tanto ódio... Tsugumi sabia exatamente como pegar no ponto fraco de Keiko, e isso a frustrava, mas realmente tentava não dar o luxo a ela de demonstrar isso, mantendo a calma. Permanecia naquela posição, pronta para qualquer ataque de Tsugumi. *

- Pff! Aquele velho desgraçado! E sua mamãezinha, aquela OUTRA vadia! Você provavelmente puxou à ela, não é, vadiazinha? Você é inútil, e ainda por tudo namora um robô?! AUWEHAWHEUAWHEUAWHEUAWHUEAHWEUHAWEHAWUHEAWHEUHAW, AQUELE MERDA E VOCÊ NÃO VÃO NEM SER PÁREOS PARA METADE DA MINHA MODEL, CACETE!

* Ria de um jeito maléfico, agora dando pequenos passos na direção de Keiko, a fitando enquanto parava de rir bem devagarinho. Este riso agora era um sorriso muito maléfico, que com certeza assustaria QUALQUER um que o visse. Tsugumi visava chegar do lado dela para continuar a pressionando mentalmente, talvez até fisicamente. *

- É, puxei ela. É por isso que o papai preferiu a mim do que a você. E inútil, bom... fazer o que se mamãe era uma das maiores Sirens do mundo, enquanto a sua era uma baphomet de merda. Ruim na alma, e ruim na habilidade. Ainda bem que o falecido papai percebeu isso.
* Tsugumi, provavelmente, não sabia da morte de Yukio, e então Keiko queria que isso fosse um ponto positivo, já que sabia do amor de Tsugumi por ele. Estava morrendo de medo, mas realmente não queria que Tsugumi percebesse isso, e também não demonstrava nem um pouco. Aquele olhar... aquilo assustava Keiko como as histórias de Yukio a assustavam quando criança, e isso estava a matando por dentro. Ao ver os passos de Tsugumi, Keiko apertou levemente o gatilho, como se fosse um aviso para Tsugumi parar de andar. *
[Naoyuki... tasukete...]

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