-Quarto 140

Relembrando a primeira mensagem :

-Este quarto está registrado no nome de Matsubara Mugen.

- Hum...

* Estava tudo muito estranho. Como ele sabe que tem poderes, mas não sabe como usa-los? Ele estava mentindo e isso é um fato. Suspirou profundamente e recolheu sua mão do rosto, olhando para ele com um olhar de desaprovação. *

- Se você não me contar tudo, eu não vou conseguir te ajudar a descobrir sobre seu passado.

* E assim, suspirou profundamente. Talvez fosse contar demais ao falar o que estava pensando em falar, mas queria mesmo ajudar o garoto. E, não, não iria contar de jeito nenhum quem era de verdade. *

- Digamos que eu já estive por aqui a alguns anos atrás. Posso ver se me lembro de algo, ou procurar com os meus antigos amigos daqui.

-É tudo que eu sei... Yukiho-san...

*Levantou um pouco sua cabeça e voltou seu olhar para a moça, que parecia não ter acreditado muito nele.*

-Eu fiz uma amiga... E ela está me ajudando com isso também.

*Não hesitaria em dizer quem era a amiga. Por não saber controlar seus poderes, as memórias de Mizuyo, Yukiho e até de Tanabe não "chegaram" nele ainda.*

- Amiga? Que bom!

* Isso já fez Yukiho sorrir novamente. Ainda sim estava curiosa no porque ele estava mentindo, ou simplesmente escondendo. Talvez fosse alguma raça ruim, ou muito bobinha. *

- Antes de mais nada, me diga sua raça. Talvez eu possa pesquisar sobre seus antepassados assim.

*Uma hora ele teria que dizer, né... Não queria contar, mas no fim nem conseguiu enrolar por muito tempo.*

-Me disseram que sou um doppelganger...

*Agora é por sua conta. q*

- O QUÊ? UM DOPPELGANGER?

* Disse enquanto se levantava da cama rapidamente e dando alguns passos para trás. Ele poderia ser qualquer coisa, mas JUSTAMENTE um Doppel? Yukiho realmente se exaltara, e mostrara isso gritando. Realmente Yukiho deu MUITO mole. Olha aonde trabalha, e ainda sim caiu nisso? Suspirava profundamente para se acalmar, levava a mão até sua própria testa e abaixava sua cabeça. Tá, ele nem ao menos sabe usar seus "poderes", mas uma hora ele iria aprender. Suspirava profundamente mais uma vez, e assim, voltava a se sentar ao lado de Mugen. *

- Você sabe o que um Doppel faz?

-DESCULPA!!

*Foi o que ele gritou também quando ela gritou, surpresa com a resposta. Não escolheu a raça que era, não escolheu estar naquela escola repleta de monstros, não escolheu ter suas memórias perdidas, não escolheu nada disso. Mugen era apenas vítima de tudo isso e quanto menos pessoas ele pudesse envolver em seus problemas, melhor. Mas estava começando a ficar inevitável. Estendeu seu braço e sua mão para frente quando ela se levantou. Percebeu que a reação dela foi natural, mas muito diferente da maneira como Mizuyo reagiu. Talvez a amiga soubesse se controlar melhor, ou não, talvez já estivesse até mesmo preparada para aquilo, quem sabe? Recolheu seu estendido braço e respondeu-a novamente.*

-Copia a aparência, poderes e memórias de quem toca... Foi o que me disseram.

* É. Ele realmente se assustou com sua atitude. Mas, também, levou um susto tão grande que não conseguira controlar. Justamente um Doppel? Quando ele aprendesse a controlar seus poderes, ele teria todas as memórias de Yukiho em sua mente, o que poderia ser um problemão. E como será que ficam seus poderes com um doppel? Nunca presenciou isso, e talvez fosse interessante. O problema fosse se o "poder subisse a cabeça" dele. *

- Me desculpe por ter gritado com você. É que... Doppelganger é uma das raças mais... traiçoeiras que existe.

-Não, tudo bem. Eu mesmo não consegui descobrir sozinho o que eu era, e quem me ajudou me disse que realmente era uma raça bem perigosa.

*Sorri, sem graça. Ao olhar pela janela e não ver quase nenhuma árvore da grande floresta devido a névoa intensa que rodeava o local, Mugen sente sua barriga roncar de leve, era a fome chegando. Ele resolve dar um fim aquilo tudo, não queria ter chegado na parte de ter que dizer sua raça, mas já que foi necessário... O que aconteceu já aconteceu, e mesmo sendo youkais não podemos simplesmente deixar de dizer o que foi dito. Agradece muito a ajuda de Yukiho.*

-Yukiho-san, muito obrigado por tudo isso hoje e muito obrigado por dispor-se a me ajudar, de verdade... Eu realmente não sei como agradecer.

*Seu sorriso agora deixa de ser um sem graça e se torna um sorriso gentil e educado. Sobretudo, humilde como o próprio aluno era.*

* É. Pelo menos ele tem um amigo(a) para ajuda-lo a suportar isso, e com certeza Yukiho estaria aqui para ajuda-lo também. Apesar da raça, não vale a pena julga-lo por isso, ele parece sim ter um coração muito bom e não merece sofrer por algo que não escolheu. Doppel's estão longe de ser demônios, mas são visto como um por conta de sua alta periculosidade. Extremamente difícil. Levou sua mão destra até a própria testa, enquanto fechava os olhos e soltava um longo suspiro. Que decisão difícil. Mas ele não merece nada do que passa, longe disso. Voltara a olhar para ele, levando lentamente sua mão destra, que estava na testa, até o rosto dele. Antes de encostar, Yukiho hesitara por um momento por motivos óbvios, mas logo em seguida encostara e passava a acariciar as bochechas do garotinho. *

- Eu posso te ajudar com isso se quiser. A controlar suas habilidades. A descobrir quem é.

-Querer eu quero, mas eu mesmo não sei como posso ser ajudado.

*Disse ele, sendo acariciado pela moça. Ela parecia ter reconhecido de verdade que o coração do aluno era honesto, puro e muito bom; assim como o da mulher era também. Não deixava de sorrir em momento algum, ainda mais agora que disse sua raça para ela e ela já havia voltado a acariciá-lo novamente. Yukiho era um poço de carinho.*

- Hum... a maioria das pessoas descobriam suas descendências Youkai na sorte... Ok.

* Recolhera sua mão e começava a pensar em um jeito de fazer os poderes dele virem a surgir. Olhava para todos os cantos do quarto, com uma enorme cara de dúvida por conta disso. Yukiho sempre cresceu sabendo quem era e o que era, então não foi nada difícil para si, mas já o menino é bem diferente. Voltara a olhar para ele, com uma feição serena como sempre. *

- O que sentiu quanto você me abraçou naquela loja?

-O que eu... senti?

*Nesse momento, abre sua mão direita e lentamente a fecha. Por algum motivo, Mugen conseguia saber o que estava sentindo no momento daquela forma... Ou o que já sentiu. A sua mão parecia ser uma espécie de "último lugar a esquecer as coisas que aconteceram" em seu corpo, o que também era estranho... Responde a pergunta dele após recolher sua mão novamente.*

-Nada muito forte... No fundo do meu coração, senti um aperto. E minha cabeça começou a doer e muito. Mas ainda dói daquela forma...

*Talvez fossem memórias chegando.*

- São as minhas memórias. Você vai ter que deixar que elas sejam vistas por você.

* Realmente não fazia a MÍNIMA ideia do que fazer para ajuda-lo nisso, não plenamente. Talvez esses métodos mais "manjados" fosse só o necessário para conseguir ajuda-lo um pouco, ou não. Ou talvez as habilidades dele estivessem seladas, ou ainda não está na hora dele se descobrir. São muitas opções. *

- Feche seus olhos e tente ir "de encontro" com essa dor forte.

* E assim, para ajuda-lo, levou ambas as mãos até a mão destra do menino, passando a segura-la carinhosamente. Talvez, desse jeito, ele conseguisse ao menos ter alguma visão do passado de Yukiho, apesar de que não deveria fazer isso. Confiava nele o suficiente para tal. Mugen, com certeza, não a decepcionaria. *

[As memórias... Dela?]

*Cerrou um pouco os dentes enquanto fechou os olhos brevemente. Porque sentiu tanta dor quando pensou isso, mas tanta dor na cabeça, que não podia pensar em nada. Após essa dor mais forte do que a dor forte passar, escutou o que ela disse e fechou seus olhos. Relaxou, como se não houvesse nada ao seu redor. Como se estivesse num vácuo todo preto, sem chão, teto e paredes. Como se estivesse meditando. Respirou fundo... Era quase um tipo de Ioga aquilo, mesmo, eu acho. Pela primeira vez, Mugen deixa sua mente 100% vazia. Do nada, se viu flutuando como um fantasma, imaterial como um espírito. Atravessava coisas e pessoas. Estava no passado de Yukiho, em Gjoa Haven - Canadá. Lá estava a moça jovem, com roupas de frio de ficar em casa sentada em sua cama lendo um livro. Ao olhar pela janela, via a rua coberta por neve e as pessoas todas passando com roupa de frio e cachecóis. Flutuando, aproximou-se de Yukiho e tentou encostar na boca dela, mas sua mão a atravessou. Abriu a boca e tentou falar, mas não conseguiu. A porta do quarto abriu depois de ecoar pelos corredores da casa a voz da mãe da garotinha que tinha apenas 13 anos, chamando-a para jantar. O quarto dela era um quarto bem aconchegante e quentinho, mas infelizmente Mugen naquele estado não sentia nada... Por não conseguir falar naquela situação - talvez um dia conseguirá se conseguir controlar seus poderes melhor -, ele abriu os olhos, meio assustado.*

-Você viu o que eu vi?

- Não.

* Curta e grossa. Yukiho não viu absolutamente nada que ele viu por motivos óbvios: ele é o doppel aqui. A reação dele não foi uma das piores, então, talvez, ele não tenha visto tudo de si. Talvez isso fosse um alívio, talvez não. Ele com certeza precisaria treinar bem mais, mas essa dor de cabeça gigantesca dele a preocupara muito. Não perdia sua feição serena, e agora com um sorriso também sereno em seus lábios. *

- O que viu? Como viu? E como se sentiu?

-Eu vi você. Em seu quarto, lendo um livro. Numa tarde fria em sua cidade no Canadá... Sentada em sua cama, com apenas 13 anos.

*Dizendo tudo isso e olhando para a sua mão direita, Mugen retoma o olhar para Yukiho.*

-Você não mudou nada, Yukiho-san. Seu rosto... era igual ao que é agora. Eu me senti literalmente um fantasma. Com essas mesmas roupas que estou agora, imaterial, flutuando. Atravessava tudo e não conseguia falar. É como se, por algum momento, eu tivesse voltado naquele dia.

*Intrigado.*

* Ria baixinho com a resposta dele. Não que fosse engraçado nem nada, mas somente por ser Yukiho. Levou a mão destra novamente para o rosto dele, fazendo as carícias suaves de sempre enquanto permanecia com seu meigo e sereno sorriso. *

- Eu não sei dizer se é assim mesmo que deve se sentir, afinal não sou da mesma raça que você, mas... Você viu certo. Essa foi minha adolescência.

* E assim retirou a mão do rosto dele e levou para seus próprios lábios, tampando-os já que começara a soltar alguns risinhos. *

- E, é. Eu acho que continuo igualzinha. Acho que só meu corpo cresceu, mesmo. HAHA.

-Yosh! Acho que se eu fizer um pouco disso todos os dias vou praticar e acabar conseguindo controlar esse poder!

*Determinado e contente com o resultado inicial, Mugen é acariciado em seu rosto ~~pela 48892910ª vez~~ pela mão muito delicada e leve de Yukiho. Voltou de vez ao mundo, como se estivesse fechando algum portal que viera a ser aberto, mesmo que só para ele. Era algo muuuuito nebuloso ainda, estava no início do início. Sua dor de cabeça não parava, afinal a mesma tinha que sustentar três memórias mais a dele e isso é muito. Sim pessoal, isso é muito. Ri um pouquinho também depois que ela faz o comentário dela, levando só na inocência. Ser ajudado parecia o deixar feliz de verdade.*

-Hahaha, acho que todos crescem né!

- Uhuun! Tente fazer com outras pessoas, também. Mas estarei aqui sempre que quiser treinar.

* A animação do menino só deixara Yukiho mais feliz. Ele mudara de uma hora para outra, e isso é realmente bem divertido. E, além de tudo, ele parecia estar beeeeeem determinado a controlar suas habilidades e isso é melhor ainda. Ri mais um pouquinho com o comentário dele, e assim se levantava da cama e pegava em sua própria mala um espelho pequeno e passava a se olhar, dando uma arrumadinha num fio de cabelo ou outro. Seu batom azulzinho permanecia ali, passando a sorrir para si mesma. *

- Eu realmente não mudei nadinha... Mas isso é ruim?

* Ao falar o final da frase, voltou a olhar para ele dando uma risadinha. Yukiho sabia que é bonita e que tem um corpão, mas será que o menino também acha isso? Não que se importasse. As lembranças da adolescência dela a deixou bem nostálgica, pensando em quando não tinha tantas responsabilidades. Era realmente gostoso. *

-Farei! Quero muito aprender a controlar meus poderes e essas memórias perdidas na minha mente... Inclusive as minhas!

*Era visível que cada vez mais empolgação era emanada do primeiranista, demonstrando que toda ajuda que Yukiho ofereceu e botou em prática foi sim muito útil e muito mais até do que parecia. Talvez ela achasse que não fez nada demais por não ser da mesma raça que o garoto mas fez sim. Sua positividade ajudou-o de tal maneira que se contagiou nele, deixando-o assim mais positivo deveras. Ao ouvir sua última pergunta, ele mesmo trata de por-se a refletir. Falar sobre mudança era algo bom e mudar faz bem... Mas Mugen não se lembra como era sua vida antes, e portanto também não se lembra da aparência. No momento, talvez não fosse a melhor pessoa para se falar de mudanças. Mas para viver ainda precisaria passar por muitas.*

-Eu não acho que seja algo ruim. Você é bonita e tem muita vida pela frente ainda, muito tempo para... mudar!

* A positividade do menino só alegrava cada vez mais Yukiho. O menino realmente merece saber controlar seus poderes e, principalmente, ter suas memórias de volta. Viver assim deve ser triste e doloroso, Yukiho não aguentaria isso nunca. Do nada percebeu que sua barriga estava roncando, assim, após guardar o espelho, levou sua mão destra até sua barriga e começou a rir bem alto. *

- Desculpa. HAHAHAHAHAHA.

* E por um momento desapareceu. Sim, desapareceu. Se transportara para qualquer restaurante do Canadá e pegara vários e vários lanches de lá, de fast foods mesmo. E de brinde, alguns refrigerantes. Era um dos pedidos. E como é ágil o suficiente, ninguém a vira por lá. Mistééério. Agora, de volta ao quarto de Mugen, colocara as duas bandejas de lanches na mesa e dava mais algumas risadas. *

- Como você vai saber de todas as minhas memórias e dos meus poderes, não tem porque não fazer isso, não é?

* Yukiho é um poço de respeito e justiça, fora que não faz nada de errado nunca, mas dessa vez só queria dar uma brincada para se divertir, afinal, isso não iria causar mal algum a absolutamente ninguém. *

*Deu uma risada meio alta quando a barriga dela roncou, foi algo meio inesperado. Chegou a levar até um susto, mas logo essa sensação passou e lá estavam os dois rindo.*

-Haahahahhaah!

*A cada minuto que se passava, mais aquela moça misteriosa do carro na rua o intrigava. Mas o quê? Ela sumiu? Ela simplesmente... SUMIU?! Do nada? Mugen arregalou os olhos e fez uma cara de surpresa, tipo "WTF?!" nessa hora, mas logo depois ela apareceu com lanches e refrigerantes! Realmente, já estava na hora do almoço, a hora em que todos almoçam! (?) Mugen não estava com fome, mas comer seria bom para não sentir depois. Abriu seu refrigerante e deu uma mordida num hambúrguer que ela trouxe, saboreando.*

[Hmmmm, gostoso!]

-Eu... O que... você... sumiu? Lanches? Hã?!

*Meio confuso com tudo aquilo que aconteceu repentinamente.*

* Pegou um dos hamburguers com delicadeza, claro, colocando um guardanapo de baixo dele e em seu colo para evitar "problemas". Pegou também um dos refrigerantes e assim, se sentou no chão, começando a comer e a beber com calma, saboreando. *

- Você vai entender depois. É bom que você ainda não tenha copiado meus poderes, acho que você não aguentaria.

* E assim, riu. Riu para tentar descontrair, mas sabia que qualquer um que a copiasse, principalmente um doppel iniciante, poderia não aguentar tamanhã força. Isso pode ser triste para ambos, já que queria fazê-lo aprender a controlar os poderes dos outros, mas talvez a amiga dele pudesse ajudar nisso. Mas mal sabia Yukiho que essa amiga também tem poderes tão fortes quanto os seus. Êta complicação. *

-Como assim não aguentaria? Pode acontecer alguma coisa ruim comigo?

*Agora ficou preocupado com o que disse a moça. Será que os poderes de alguém poderiam prejudicar um doppel de alguma forma? Comendo seu hambúrguer e tomando seu refri, o papo fluía...*

- Nah... Acho que o máximo que pode acontecer é você não conseguir controla-los.

* Dizia de um jeito bobo, como se fosse só isso. Mas tem muito mais por trás dessa frase, como se ele pudesse enlouquecer ou brotar de lugar em lugar, fazerem as coisas pularem de lugar em lugar sem ao menos desejar... Tanto poder na mão de alguém que não sabe controlar os seus próprios poderes... Isso é bem preocupante, mas não queria deixa-lo nervoso nem nada, por isso falou desse jeito, dando uma risadinha em seguida. Limpou seus dedos e pegou alguns saquinhos de catchup que trouxe junto com os lanches, e simplesmente LOTOU seu hamburguer com eles, comendo-o. *

- Espero que não ligue. Eu adoro catchup. HAHA

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