-Quarto 440

-Este quarto está registrado no nome de Yamada Satoshi.

* Chegava em seu quarto e rapidamente retirava o peso que estava em si, os colocando no chão. A primeira coisa que o garoto fez foi procurar um local um teco mais aberto para poder pendurar seu saco de porradas ali mesmo. E o fez, próximo à escrivaninha, porém, teve de afastar algumas coisas e já pensava seriamente em remodular seu quarto, mas aproveitava a manhã e não ia dormir imediatamente ou comer algo; ele se aprontava para ir à aula. Colocava todas as malas em cima da cama, e apenas retirava delas o necessário: suas roupas para o dia e o seu fonezinho de ouvido. Saía do quarto após se vestir, dando um pequeno soco no saco e indo direto para sua sala, a 2-A. *

* Após se despedir de Hikari, Satoshi entra no quarto e, independente da hora, o mesmo vai direto para um banho revitalizante. Após o mesmo, quente como um forno, o garoto sai do banheiro apenas com a sua toalha, procurando um moletom qualquer que possa o esquentar naquela noite. Após encontrá-lo, o veste e seca seu cabelo, indo deitar sem camisa mesmo. Não pensava muito no que tinha acontecido pelo fato dele ainda estar caindo de sono, e adormece logo que se deita, mal se cobrindo. Talvez pegasse um resfriado, mas o garoto estava cansado. *

* Os raios de luz acordavam o garoto que, infelizmente e pela "maravilhação" que ainda estava pela madrugada anterior, esquecera de fechar as cortinas. Era Golden Week, e Satoshi acordara mais animado do que nunca. Saltou da cama num pulo rápido, se espreguiçando rapidamente. Ia para um banho imediato, um banho gelado e bem rápido. Saindo deste, vestia um short pequeno e uma camisa regata branca, e pegava seu saco de porradas, indo diretamente para o Jardim. *

- Pode entrar, hon.

* E assim ele abria a porta, esperando que sua amada adentrasse. Entrava logo atrás dela e fechava a porta, assim, descarregando o peso do saco onde ele estava antigamente, preso ao teto e colocando as faixas ali ao lado. Retirava novamente sua regata, agora que estava na privacidade de seu quarto junto com Hikari, não tinha o que se preocupar. Até porque, não tinha nem o que se preocupar fora disso. Sabia que ela tinha ciúme, mas era normal, né. Se virava para Hikari, jogando a regata dentro de um cesto com algumas roupas que ele lavaria mais para frente. *

- Ahn, tem algumas coisas na pequena geladeira ali e também no pequeno armário. Pode se sentir em casa, hon. Eu vou tomar um banho rápido, ok?

* Assim abria uma mala, após dar um beijo demorado na testa de Hikari. Da mala, retirava um calça social e uma camisa de manga longa branca, junto com outro, limpo, colete vermelho dele. É claro que não se despiria na frente de Hikari ~~não ainda rs~~, então entrava no banheiro após um sorriso dado para a garota e ligava o chuveiro, já adentrando no mesmo. *

*Se sentia um pouco desconfortável, afinal estava em um lugar que nunca pensou que chegaria antes... O quarto de um homem! Para Hikari que sempre quis ser completamente independente e não tinha tempo para pensar em namoro ela nunca sequer pensou em casar ou nada do tipo, então o quarto de um homem era completamente assustador para ela. Mas, estranhamente, o de Satoshi não era bem assim. Ao contrário do que esperava aquilo tudo era bem... arrumado. Era muito bem cuidado e tinha um cheiro agradável, digamos assim, então ela se surpreende bastante neste quesito. Se bem que era o esperado para um garoto daquele tipo, tão certinho e perfeito. Bem, enfim, após ver o rapaz pegando umas roupas e indo até o banheiro ela fica paralisada. Queria ir lá e dar uma espiada, temos que admitir, por curiosidade mas não o fazia porque seria ridículo e, certamente, daria uma má visão da mesma. Então, um pouco sem graça, ela vai indo até a geladeira, em seguida no armário, e pega algumas coisas bestas, como queijo e presunto, para fazer um pãozinho básico para si mesma. Hikari faz o seu pão e o come rapidamente. Agora era hora de fazer o café-da-manhã de Satoshi, eita. Ela não sabia muito bem o que ele gostava mas, bem, resolve fazer algo que sabia muito bem... panquecas. O armário tinha o necessário para que se fizesse um prato destes, então, não tem problema em fazê-lo. Em seguida começa à fazer um cafezinho pra acompanhar, enquanto se perguntava se Satoshi gostaria de panquecas.*

* Tomava seu banho bem rápido, como costumava fazer. Se secava rapidamente com a toalha, a passando pela cintura e escondendo a nudez da parte de baixo do corpo. Ia na frente do espelho e se dava um minuto de vaidade, ajeitando o cabelo curto. Colocava uma cueca por baixo ainda da toalha, e abria a porta do banheiro. Um pouco do vapor quente esquentava o quarto, proveniente do banho quente, enquanto sentia o cheiro de café fresco em seu nariz e de uma das coisas que mais gostava de comer: panquecas. Sempre maneirava na hora de comer isto porque né, mas mesmo assim, era delicioso. Adorava aquilo. E bem, era sua namorada que fazia isto, só o deixava mais perfeito ainda. Ainda na porta do banheiro, ele observou ela dando duro para fazê-las, e deixava sair um sorriso largo, sereno para ela. Se encostou na porta do banheiro, agora fechada, e ficava olhando Hikari, tão pequena e tão engraçadinha. *

- Panquecas, é? Acho que alguém acertou. ♥ ~

- Sa-Satoshi-senpai?! Já acabou?!

*Hikari é pega de surpresa quando o mesmo fala aquilo. Estava feliz, muito até, em saber que Satoshi gostava de panquecas mas aquilo veio em um momento em que ela estava completamente concentrada no café, então não esperava por aquilo. Ia se virando até a porta do banheiro, despejando água quente dentro da jarra de café, e ai vê Yamada Satoshi só de toalha. God, aquilo era como um sonho. Para o coração da pequena primeiranista aquilo era MUITO diferente de ver o mesmo sem camisa, muito mesmo. Ela cora imediatamente e perde um pouco do seu jeito, deixando um pouco de água gente cair por cima de sua mão esquerda, queimando-a. Era bem leve e não ardia nem um pouco, era bem leve e rapidamente ia se curando, mas ainda sim incomodava um pouco. Ela termina de despejar a água e finaliza seu café, assim colocando-o em cima da mesa com um prato de panquecas ao seu lado. Hikari, então, senta-se na cama e faz uma leve cara de desconforto, era muito chato ter se queimado ali, enquanto fazia café-da-manhã para seu amorzinho.*

- Então, já está na mesa, hahaha...

- Oe, Hikari... você tá bem?

* E mesmo com as coisas na mesa e ele com muita fome, ele vai ao lado de Hikari observar o pequeno machucado novo, aquela queimadura. Ele sabia como curar, ou ao menos tentar. Levava a mão esquerda de Hikari, a queimada, até seus lábios e desferia um longo beijo na mesma, de olhos fechados. Agora, se virava para Hikari mais uma vez, sorrindo enquanto fitava os olhos lindos da garota. Soltava uma risadinha. *

- Bem, se não estava bem, agora vai ficar, não é?

*Hikari tem sua mão levada até a boca de Satoshi, que agora estava bem próximo aliás. A garota tinha uma vontade imensa de empurrar o rapaz e sair correndo, devido a vergonha que sentia, mas não conseguia se mover se quer, apenas seu lábios. Estava trêmula com o ato tomado pelo seu namorado, afinal o mesmo não tivera um mínimo de preocupação com o estado da mão esquerda dela - que obviamente estava limpa pra caramba, afinal ela estava cozinhando. Para começo de conversa ela já estava bem, não precisava daquilo, mas se sentiria mal se falasse aquilo após a ação de Satoshi. Finalmente, tremendo um pouco menos, Hikari consegue mover sua mão direita e levá-la até a bochecha do senpai. Ela olhava-o com um sorriso no rosto e de forma que deixava a entender a gratidão da garota pela ação de seu namorado. Hikari levanta-se e, por fim, vai aproximando seu rosto aos poucos, fechando seus olhos lentamente e abrindo sua boca no mesmo ritmo lento. Ela, então, acaba por iniciar um beijo com Satoshi, sem aviso prévio (?).*

* Estava feliz por ela ter esboçado aquele sorriso besta, e ainda mais feliz por ela ter iniciado o beijo. Assim sendo, o garoto apenas acompanhava o ritmo lento e apaixonado do beijo de Hikari, enquanto passava sua mão direita pela cintura de Hikari, a colocando com mais leveza na cama, e claro, ~~dando o GRAU~~ aconchegando a garota em seus braços enquanto a beijava. Era um beijo suave, inocente e bem apaixonado. Aos poucos foi parando o beijo, seguido de um selinho nos lábios molhados de sua namorada, logo após a olhando nos olhos, com a testa junto à dela. Dava um pequeno beijo de esquimó na garota, o que resultava no riso dele. Agora, bem próximo à Hikari, abraçado à ela, ele dizia, em um tom de voz calmo e baixo. *

- Você fez um ótimo café pra mim, Hikari. Obrigado, viu?

- Geez, você consegue falar isso sem provar a panqueca ou beber o café?

*Apesar da fala ser um pouco rígida, digamos assim, Hikari utilizava um tom meio animadinho e repleto de risadinhas curtas. Ela estava gostando do clima, da forma com que aquilo iria caminhando, e até tinha "esquecido" que Satoshi estava só de toalha... PERAI! ELE ESTAVA SÓ DE TOALHA E ABRAÇADO COM HIKARI?! A garota assim que se dá conta disto cora absurdamente e faz uma forcinha para tentar sair do abraço de seu namorado. A única coisa que se passava em sua cabeça era que alguma coisa aconteceria ali, e ela não estava nem um pouquinho pronta! Ainda era muito cedo para algo tão intimo acontecer, ela era muito nova ainda e claramente não queria. Infelizmente sua tentativa de sair do abraço de Satoshi é jogada no lixo, ela não tinha força ou "concentração", digamos assim, o suficiente para se livrar. É, então apenas consegua aceitar aquilo, fazendo uma expressão meio pra baixo, ainda extremamente corada.*

[Então não tem pra onde correr... Ao menos seja gentil, Satoshi-senpai...]

- Se veio de você, hon, eu sei que é bom. ♥ ~

* Ele então deu uma leve risada e soltou sua garota, deixando um leve beijo na testa dela enquanto ajeitava a toalha na cintura, se levantando. Abriu a porta do banheiro e, mesmo com a porta aberta (ela não tinha visão da parte interior do banheiro) ele rapidamente colocava a calça que tinha pego e saia do banheiro, ainda sem camisa. Colocou a toalha na porta deste, após uma última secadona no cabelo, fazendo com que esse se tornasse todo desajeitado. Deixava o colete vermelho por cima da cama, enquanto vestia sua camisa e a ajeitava no pescoço. Vestia o colete, agora, todo bonitinho senão pelo cabelo desajeitado. Sentou-se à mesa e deu uma garfada naquela panqueca que, como ele bem esperava, estava deliciosa. Tomou um gole do café, que fazia o favor dele mesmo despejar na xícara. Assim, olhava para Hikari com um sorriso no rosto, enquanto puxava a cadeira da mesa. *

- Hey, vem aqui.

- Ah... ?

*Estava realmente surpresa e feliz de ver que Satoshi tinha lhe dado o espaço necessário para que a mesma se movesse livremente e se livrasse daquela situação aterrorizante para uma virgem totalmente despreparada. Após o rapaz entrar no banheiro Hikari senta-se na cama e começa a rir, dando risadas claramente aliviadas, para não chorar com o medo que sentiu de o rapaz iniciar algo mais profundo e íntimo. Bem, agora a certeza de que ele respeitava a garota era ainda maior do que a mesma imaginava, Satoshi ganhou uns bons pontos e ainda mais espaço no coração daquela primeiranista. Hikari atende o pedido de seu amorzinho, indo sentar-se ao lado do mesmo com um belo sorriso aliviado no rosto. Ela estava com vergonha, infelizmente voltou ao ponto de não poder sequer olhar no rosto do rapaz sem se sentir envergonhada.*

- E-Então, Satoshi-senpai, o que vamos fazer agora?

*Definitivamente não sabia o que fazer. O assunto parecia ter acabado e o café-da-manhã estava pronto. Agora talvez os dois devessem apenas aproveitar aquele momento juntos e partirem para outro lugar, enquanto esperam a hora do almoço.*

- Você que decide, Hikari. Quer fazer algo pra se divertir? Eu posso fazer qualquer coisa contigo, que eu tenho certeza de que vai ser perfeito.

* Sabia que isto envergonharia a pequena, e exatamente por isso que ele falou aquilo. Vê-la corada era muito bonitinho. Terminava de comer aquelas panquecas e terminava seu café, satisfeitíssimo com tudo aquilo que Hikari tinha feito para ele. Ela era sem dúvida alguma maravilhosa demais, ela tinha charme quieto e sereno, e ao mesmo tempo, tímido. Era tudo tão bonitinho que de vez em quando, nem Satoshi se dava conta de que ela era sua. *

- Estava tudo muito delicioso, hon. Obrigado, mesmo!

* E assim ele desferia um beijo no nariz de Hikari, dando risada logo depois. Ficava com um sorriso, enquanto esperava a resposta dela. *

*Ela queria poder ver o sorriso que ele deu mas simplesmente não conseguia! Hikari realmente tentava mover seu rosto e olhar os olhos de Satoshi, mas era impossível demais para ela, o rosto simplesmente não movia de forma alguma. Aproveitava o tempo que conseguia com isso e pensava em diversas atividades que eles poderiam fazer juntos. Ler, caminhar, treinar, estudar, tinha tanta coisa mas quase nada parecia agradar a primeiranista no momento. Então, meio sem saber o que falar, ela diz o que os dois amavam fazer... praticar boxe! Hikari não queria falar mas, infelizmente, esta era a única atividade que passava em sua cabeça...*

- Satoshi-senpai! Vamos fazer um spar!

*Apesar da ideia ter vindo dela a garota simplesmente se arrepende e deixa isto claro com o movimento negativo que fazia com sua cabeça. Ela não queria, de forma alguma, dar socos em seu namorado e, muito menos, receber socos do mesmo! E então voltou para a estaca zero, sem saber que tipo de atividade os dois poderiam fazer, juntos.*

* Ele ria bastante, ouvindo o que a garota queria fazer. E definitivamente, não era uma boa ideia. Porém, se Hikari quisesse treinar com Satoshi, simples: eles iriam até o ginásio e lá, socariam algumas coisas juntos. Ele gostava, ela gostava, seria bem gostoso para os dois. Ele poderia aprender algo com ela, e ela com ele, não? Então ele se virou na cadeira de modo que ficasse para frente de Hikari, e assim, com muita leveza e carinho ele pegava na mão esquerda dela, o que fazia-o lembrar da queimadura nesta. Será que não a machucaria ainda mais? Beijava novamente o local queimado, agora, colocando sua testa na cabeça de Hikari, que ainda estava com vergonha de olhar para o segundanista, e assim ficava de cabeça baixa. *

- Eu pensei em ir no ginásio, lá a gente poderia dar umas porradas. Mas a sua mão, né? Eu não quero vê-la machucada, hon...

*Maldito Satoshi! Agora ela não conseguia evitar de olha-lo! Hikari, então, aproveita que a mão esquerda dela já estava em contato com o rapaz e a eleva até a cabeça do mesmo, afastando-a. Em seguida passa-a para o bochecha do mesmo, tocando-a com carinho, enquanto olhava em seus olhos com um sorriso. Ela não cansava de fazer isto e não cansava, também, de poder admirá-lo daquele jeito. Por que Satoshi tinha que ser tão, sei lá, perfeito? Já tinha se perguntado isto uma infinidade de vezes, porém nunca conseguiu achar a resposta para isto, então resolve deixar isto para lá e simplesmente agradecer por ter este homem ao seu lado, como sempre fez. Hikari, desta vez, toma a liberdade de dar um selinho bem rápido no mesmo, levantando-se da cadeira em seguida e se espreguiçando. Gostou de ideia de seu namorado, de ir para o ginásio e tudo mais.*

- Não precisa se preocupar com isto! Eu aguento tranquilamente, já me machuquei bem pior, haha

*Dava uma risadinha sem graça. Por fim Hikari estende sua mão para o senpai, queria que o mesmo andasse de mãos dadas com ela exatamente como estava acontecendo anteriormente, antes de eles entrarem no quarto.*

* Retribuiu rapidamente o selinho da garota, e ficou feliz pela determinação e força de sua garota. Agora, antes de segurar a mão dela, este mesmo a segurou e deu um beijo em cima dessa, sorrindo para Hikari. Agora, ele ia até onde tinha deixado as faixas, as segurando com força em ambas as mãos. As amarrou nas mãos, dando um beijo em ambas, e depois batendo uma forte palma, para sentir as faixas colidindo e a pressão delas, se estava correta, e tudo mais. Com tudo pronto, ele volta até a sua garota e toma a liberdade de pegar na mão dela e entrelaçar seus dedos com os dela, dando um sorriso. *

- Agora podemos ir, hon.

* E assim saía do quarto com Hikari, indo diretamente para a Academia de Boxe. *

* Voltava para o seu quarto dando uma sonora porrada com a porta, a fechando. Se jogava na cama e ficava lá, deitado, pensando em Hikari e no que poderia ter errado com ela... *

*Decidida, com uma expressão totalmente séria, Hikari para em frente à porta do quarto de seu namorado, Yamada Satoshi. Respira fundo e começa a pensar no que falaria. Após pensar e repensar em tudo ela bate o pé no chão e então abre a boca, deixando escapar um "Satoshi-senpai, desculpe-me!" porém com um leve e importante detalhe... a voz da primeiranista não saiu, apenas seus lábios se moveram. Estranhando isto ela leva sua mão até a garganta, meio que para confirmar se estava tudo bem com a mesma. Então, agora que verificou e aparentemente estava tudo certo, Hikari volta a tentar falar aquela frase, porém sua voz não sai novamente. Talvez, no fundo, ela não quisesse pedir desculpas ou, quem sabe, tinha medo de que o seu pedido de desculpas fizesse Satoshi abrir a porta e fazendo, assim, com que ela tenha que encarar o rapaz e explicar tudo o que aconteceu. Então, após pensar nessas possibilidades, ela deixa formar um sorriso triste em seu rosto, além de sua expressão melancólica. Hikari vira-se de costas para a porta do quarto e, então, deixa sua cabeça e seu corpo encostarem na mesma. Rapidamente suas pernas vão ficando mais moles e seu corpo vai deslizando até que a mesma sente no chão. Ela levanta seus joelhos e fica com a planta dos pés no chão. Abraça sua perna e solta alguns múrmuros de desculpa, porém sem pronunciar o nome de seu amado. Fica ali mesmo, prestes à chorar por conta disto tudo que aconteceu, afinal estava se sentindo ainda mais dependente do mesmo e isto era algo que Hikari queria evitar.*

* Satoshi ouvira um leve tump em sua porta, e sabia que com certeza alguém batera nela. Mesmo frustrado como a foda e tacado feito um belo saco de bosta em sua cama, ele se levantava. Antes de abrir a porta, ele demorou exatamente 8 minutos, e neste meio tempo ele conseguiu tomar um banho rápido para tirar o cheiro do treino, e colocar algumas roupas adequadas antes de abrir a porta. Tentava a abrir, mas via que algo já fazia peso na mesma, algo encostado contra esta. Via a coloração do cabelo e o tamanho da pessoa e já sabia que era Hikari. Seu coração parecia que ia pular para fora, mais por surpresa dela ter aparecido ali do que... bem. Tomou muito cuidado ao abrir a porta e fazer que ela percebesse, para não dar de costas com o chão. Ficou a olhando com os olhos meio que assustados por um tempo, quando finalmente engolia em seco, se preparando para falar. Seu cabelo pingava da água que ele tinha esquecido de secar, na pressa e vontade de ver quem era. Não estava decepcionado. *

- Hi-Hikari...? Presumo que você veio conversar...

* As palavras saíam falhadas, a voz já não lhe era a mesma e pela primeira vez o segundanista mostrou fraqueza no quesito mulher. Algo era diferente desta vez. *

*Com os cuidados de Satoshi ela acaba por notar que a porta estava se abrindo e, assim, evitou de ter se machucado. Assim que escuta a voz dele Hikari simplesmente respira fundo e permanece na mesma posição que estava antes, escondendo seu rosto do senpai a qualquer custo. Ela não estava preparada, pelo menos não no momento, para olhar para o mesmo e ter uma conversa para valer. Não queria se mostrar tão sentimental no momento, aliás era isto o que mais queria evitar. Sentia que devia uma boa explicação para Satoshi, afinal começou ela começou a agir daquela forma muito repentinamente, sobre o que estava acontecendo. E, bem, após pensar MUITO bem no que falar ela então se levanta. Hikari achava que, apesar de não se sentir muito confortável no momento, deveria falar aquilo enquanto olhava nos olhos de seu namorado, pois achava que assim o mesmo entenderia melhor o que ela queria dizer.*

- É o seguinte Satoshi-senpai, me sinto muito dependente de você e isto vai totalmente contra o meu maior sonho, que é ser completamente independente. É por isto que estou agindo desse jeito e lhe devo desculpas, pelo visto fiz você fica bem mal, hahaha...

*Dava uma risadinha sem graça. Hikari utilizou um tom de voz melancólico, afinal este era o sentimento que dominava seu corpo no momento.*

- Você não me fez ficar mal, Hikari. Só levemente confuso, mas nada que uma boa explicação não ajude. Fique tranquila, não se martirize com isto. Ok?

* Falava isto com uma voz tranquila, esboçando um sorriso a cada pequena frase que desferia com carinho contra Hikari. Sabia que ela realmente era bem nova em todo tipo de relação apenas pelo modo em que agia, mas isto era bonitinho, era um charmezinho da garota, era bem engraçadinho. Então o segundanista ficou simplesmente olhando a garota com um olhar esperançoso e feliz, tentando passar a mesma tranquilidade de espírito para a garota, que parecia nervosa no momento. Ajeitava o cabelo de Hikari, que escapava atrás da orelha, deixando um traço de carinho com seu polegar no decorrer do lindo rosto da primeiranista, que tinha um teor de tristeza e um teco de cansaço. Não parava de sorrir nem um segundo, e seu cabelo pingava em sua camisa branca, a deixando molhada sem nem ao menos o garoto se mexer. Lembrava que tinha que secá-lo e esticou a mão rapidamente para a toalha, a colocando no pescoço como um cachecol, para depois que a importante conversa dos dois se cessar, Satoshi conseguir secar seu cabelo. *

- Pare Satoshi-senpai... não adianta tentar me animar! Se quiser fazer isto faça uma sugestão de como resolver esse problema, ao invés de mostrar carinho e me fazer ir "caindo" ainda mais por você, aos poucos...

*Sua fala era dita em um tom de voz bem "geez", bem revoltadinho, porém baixinho e meio que com vergonha. Hikari permanecia imóvel, apenas movia seu rosto para o lado oposto ao polegar de Satoshi, apenas ouvindo e observando, com o cantinho dos olhos, seu namorado. Ela se perguntava qual seria o próximo movimento dele, estava um tanto curiosa com relação à isto, e se preparando para qualquer ação de afeto que o mesmo soltasse. Seus braços moviam-se um pouquinho só, em direção ao segundanista, mas paravam alguns pouquíssimos centímetros após se moverem, quase imperceptível a diferença. Isto dava-se pela levíssima vontade de Hikari de abraçar seu namorado e, mais uma vez, vir com um papo meloso de que o amava, porém ela se mostra forte e resiste à esta vontade.*

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