Diretoria

Relembrando a primeira mensagem :

-Apenas convocados podem frequentar esta sala. É a sede da diretoria da academia, grande e luxuosa.

*Kotone vê Hyouma entrar na sala junto com Anna e agir de forma muito mais adulta e profissional que a outra. Não se importa, sabia que esse era o jeito dela, e não pode evitar dar uma leve risadinha. Então pega os relatórios do professor em mãos e da uma leve olhada. Os verificaria a fundo mais tarde.*

-Obrigada, Oikawa-sensei. Cuidarei deste assunto assim que possível.

*Sorri para o professor então, cumprimentando-o com uma leve curvada de sua cabeça, em respeito. Então, virando-se para Anna, seu sorriso vira uma expressão meio sem paciência, mas até que meio cômica. Típica "cara de bunda".*

-E você? O que houve?

-Haa!? Magia!? No meio da aula!? Tsc, essa molecada tá piorando com o tempo...

*No Brasil a juventude se perde com funk, na YoukaiGakuen é assim, fazendo magia no meio da aula, meu Cristo. Fazendo uma expressão preocupada, de olhos fechados e a mão na testa como se tentasse aliviar algum tipo de enxaqueca, Kotone, que estava em pé ao lado da sua mesa, recosta seus quadris na própria mesa suspirando. Pensa no que poderia ser feito a respeito daquilo, e simplesmente dá mais um suspiro, o segundo mais longo, voltando a olhar para Anna.*

-Traga-o até mim quando puder. Não precisa ser hoje, está anoitecendo e você deve estar cansada, sem contar que nem deve saber onde o meliante garoto está. Mas até amanhã sem falta... Pode ser?

-... Eu vou até ele. Me dê o nome do meliante garoto.

*Kotone desliga seu computador naquela hora, começando a colocar um monte de papéis nas pastinhas designadas, e então guardando-as nas gavetas. Desligou o ar condicionado que estava o dia inteiro ligado e pegou sua bolsa, jogando-a sobre o ombro esquerdo.*

-E vou resolver isso o mais rápido possível. Espero que você também não tenha esquecido o que acontece quando eu me irrito, também. Mas enfim, grandes poderes vêm com grandes responsabilidades.

-Você ainda não me passou o nome do garoto... E pela hora, melhor irmos embora.

*Kotone já guardava tudo e até apagava as luzes extras, só deixando as da saída acesas, com tudo desligado, preparada para ir dali pra "casa".*

-No problem. É por um bom motivo, afinal.

*Kotone de fato não se importava em lidar com assuntos profissionais, muito menos quando era a respeito de seus queridos alunos e sua querida academia. Saindo pela porta em que Anna abrira, as duas foram andando para fora dali, direto para os Corredores dos Dormitórios pq to com preguissa bjs.*

*Kotone chega na diretoria, destrancando-a e abrindo as duas grandes portas. Mantém-nas abertas para que Frank e Mikio entrassem logo após, fazendo sinal para que o professor as fechasse assim que ambos estivessem no recinto. Continuou andando até sua mesa, abriu a grande janela que fica atrás da mesma e então sentou-se em sua poltrona. Tirou o notebook e mais uma série de papéis que ficavam ali em cima relacionados ao seu trabalho, abriu o livrinho na página certa e logo viu o nome do aluno: "Ootsuka Mikio". Kotone olhou para os dois ali, apoiando os cotovelos sobre a mesa e o rosto sobre as duas mãos que se juntavam, entrelaçando os dedos. De pernas cruzadas e debruçada daquela forma sobre a mesa, ela logo pergunta antes de qualquer coisa.*

-O que aconteceu, Whittle? A que devemos a presença de Ootsuka na diretoria hoje?

-...

*Kotone pega aquela "pequena" faca com as suas mãos e a observa por alguns segundos. Estava realmente afiada e era muito pontiaguda. Recostou no encosto traseiro de sua poltrona, ainda segurando o objeto com as duas mãos, uma no cabo e a outra passando de leve com os dedos pela parte lateral lâmina, como se a examinasse a fundo. Só o fato do aluno levar uma coisa dessas pro meio da sala de aula já era absurdo, jogar no quadro negro era ainda mais ridículo, ainda mais sentado no fundo e com uma desculpa tão horrível como "O sr. ângulo vai devorar o sr. 90º". Ela então virou seu olhar fixo, firme e penetrante para Mikio, com uma expressão totalmente séria. Não seria tão boazinha naquela situação como fora com Miho, que admitira o problema ter sido acidental e ainda se culpara pela falta de educação. Aquilo não fora falta de educação, fora falta de bom-senso, tem que ser MUITO doente mental pra fazer algo daquele tipo. Ou então estar sob entorpecentes pesados.*

-O que você tem pra me dizer sobre isso, Ootsuka? Quais são seus argumentos?

*Suspirou, seguindo Frank e a diretora até a sala da diretoria com aquela cara de bunda de sempre. Lá, o professor entregou a faca e contou o que aconteceu e Kotone não pareceu nem um pouco feliz. Mas ela devia estar feliz! Caramba, Mikio tinha salvado a sala, não? Afinal, o ângulo ia comer não só o sr 90, como todos os outros senhores do quadro e, depois, os alunos. Mas parecia que era complicado, afinal, tinha posto todos os alunos em perigo. Assim abaixou a cabeça, coçando sua cabeça com as duas mãos, evitando seus chifres. Voltou então o olhar para a diretora e prosseguiu, com uma expressão de desânimo.*

- Eu só queria ajudar! O ângulo, ele era uma boca terrível, ele ia comer todo o quadro e depois ia devorar a sala inteira! Eu tinha que fazer alguma coisa e... E... Eu sei que eu pus todo mundo em perigo, me desculpe, mas, caramba, levem em consideração que eu só queria ajudar!

*Dizia ele com toda convicção e certeza do mundo como se aquilo realmente tivesse sido real. Bom... Era real. Na cabeça drogada dele.*

*Kotone permanece em silêncio. Não perderia seu tempo respondendo algo tão absurdo e ridículo como aquilo que Mikio estava afirmando. Deixou a faca sobre seu colo, cruzando as pernas novamente e voltando a debruçar-se de leve sobre a mesa com uma expressão ainda mais séria do que antes. Sorte de Mikio que estava drogado, porque normalmente, pessoas sãs costumam já começar a tremer as pernas com aquele olhar de Kotone. Ela pode ter essa aparência de garotinha mais nova, jovem e gentil, mas muitas pessoas esquecem o que ela é por dentro, por natureza. Depois de manter seu silêncio por mais uns 20 segundos, virou novamente para Frank.*

-Existe alguma coisa nessa história que eu ainda não sei. Alguém em completa consciência não faria algo tão estúpido com esse tipo de mentalidade. Você sabe de mais alguma coisa, Whittle?

*Kotone pegou seu smartphone com a mão direita e, colocando-a embaixo da mesa que estava sentada, mandou uma mensagem para uma pessoa que, neste momento, trabalhava lá pela Ala Hospitalar.*

(Obrigado por fazer meus posts parecerem infantis -_-)

-Boa tarde, Fubuki.

*Diz Kotone, educadamente em seu tom sério e ríspido, mas sem ser arrogante com a médica que não merecia tal tratamento, diferente do aluno que estava ali visivelmente por causa de uma grande besteira. Ela ainda tinha em seu rosto aquele olhar ameaçador, mas por um instante ela vira-se para Frank com uma expressão mais tranquila. Ela queria intimidar Mikio, não o professor.*

-Whittle, obrigada. Está liberado, os alunos devem estar te esperando para as aulas da tarde. Eu e Fubuki cuidamos das coisas a partir de agora.

- Professor... Diretora... Eles são meus amigos. Eles são milagres! Milagres!!

*E abriu um sorriso enorme, estranhamente feliz e empolgado por ter falado deles. Mas não importava. Continuou com o sorriso ao ver a nova pessoa que entrava na sala. Era uma das médicas da academia e era realmente muito fofinha. Mikio ficou observando-a por alguns momentos, viajando em seus pensamentos, até fazer apenas um som.*

- Honk.

*Assim, voltou a atenção à Kotone. Cada segundo que passava ela parecia mais ameaçadora, mas Mikio parecia não se importar, por mais que no fundo sabia que ela era extremamente forte... E possivelmente má. PRA CARALHO. Assim, quando ela dispensou o professor, o garoto sentiu-se inseguro. Frank era legal e o entendia, mas a diretora não era. E talvez a enfermeira não fosse. Aliás, por quê a foda a enfermeira tava ali? Apenas ficou olhando pras duas com sua cara de retardo, tentando pensar o que ia acontecer consigo.*

*Agora, na sala, apenas a Diretora, o Meliante aluno e uma médica estavam formando uma espécie de triângulo com suas posições geográficas ao recinto, ao redor da mesa principal. Kotone pegou a faca novamente, com uma mão na lâmina e a outra no cabo e a forçou com o meio para cima, puxando as extremidades para baixo, fazendo com que o utensílio ficasse côncavo, entortando-o mesmo usando apenas a sua força. Em questão de milésimos, ouviu-se um "TECK" bem alto, e a parte de metal daquela faca estava quebrada em duas. Ela jogou a faca no lixo e a deixou lá, dentro da lata que ficava embaixo da sua mesa, a qual era fechada na parte posterior não dando nenhuma chance para que o aluno voltasse a ter contato com tal. Então fez um sinal com a mão para que Sae sentasse-se na poltrona que Frank acabara de liberar.*

-Você está ouvindo as coisas que esse garoto diz, Fubuki. Só que eu sou uma pedagoga com formação em administração, não sou a melhor pessoa para identificar o que de errado ele tem. Não parece ser um problema mental ou qualquer deficiência maior, ou então ele nem sequer teria conseguido entrar na academia ou chegado até aqui sem um acompanhamento superior. Eu preciso de um veredicto médico, porque pra mim, parece que está completamente bêbado.

*Ainda não passara na cabeça de Kotone uma coisa absurda como uma cheirada em uma carreira de cocaína em cima da carteira na sala de aula.*

(Chora mais)

*Sae senta-se na poltrona indicada por Kotone assim que a mesma o faz, ouvindo tudo o que ela diz com atenção e então prestando atenção no aluno. Ela então solta um sorriso amigável, pegando na mão de Mikio com um ar tranquilo, como se tentasse mantê-lo calmo para não ter nenhuma reação inesperada ou nervosa. Pegou então de seu bolso uma pequena lanterninha de exames oculares, ligando-a para cima, e não diretamente no olho dele.*

-Olhe para a luzinha, por favor?

*Enquanto ele faria isso, então, Sae subiu sua mão para o pulso do mesmo, depois para o pescoço dele, de levinho, e então para o peito do rapaz, bem em cima do coração. Permanece fazendo isso por alguns bons segundos. Em momento algum, Sae tirou os olhos do rosto do rapaz.*

-Acho que devo lhe informar que este rapaz não bebeu não, Miyamoto-san. Pupilas dilatadas, nariz ligeiramente congestionado, hiperatividade cerebral, funcionamento sanguíneo acima do normal, batimentos cardíacos irregulares. Trata-se de um usuário de drogas pesadas... Se me permite arriscar, parece ter sido cocaína.

*Kotone triplica a seriedade no seu olhar, aponto de fazer dar a impressão de que o vento que passava pela janela parara de fazer barulho, deixando aquele ar pesado ao redor, típico silêncio de filme de terror quando algo muito cabuloso está prestes a acontecer. Sentada e debruçada na mesa apoiada nas costas de suas mãos que permaneciam sob seu queixo e seguras sobre a mesa equilibradas em seus ombros, os olhos de Kotone era tudo o que era realmente visível naquele rosto. Ela, por dentro, sentira uma vontade, um ímpeto, um desejo quase irresistível de saltar dali e agarrar o moleque pela cabeça, socando a mesma contra a primeira parede de concreto maciço que surgisse até afundá-la, mas sua doutrina e responsabilidade como diretora não a permitiam tal, seu bom senso era maior do que o normal. Ela simplesmente suspirou, fechou os olhos e voltou a abri-los poucos segundos depois.*

-A doutora está certa, Ootsuka?