Diretoria

Relembrando a primeira mensagem :

-Apenas convocados podem frequentar esta sala. É a sede da diretoria da academia, grande e luxuosa.

*Depois de alguns papos da diretora com a enfermeira, a última foi examiná-lo. Ela pede para ele olhar a luzinha... Mikio acha que seria interessante, mas não foi. Aquela luzinha o cegou por uns instantes e o deixou bem tonto. Piscou algumas vezes tentando se recuperar, mas estava um pouco desnorteado ainda. Foi aí que a diretora perguntou se era verdade. O quê?! Caramba, não conseguia se lembrar de nada que a enfermeira tinha dito. Aquela luzinha dos infernos realmente tinham atrapalhado. Talvez ela tenha dito algo sobre o fato dele ter usado umas droguinhas? Não conseguia entender o motivo de tanta confusão, afinal, para ele, era coisa leve e comum. Mas de qualquer modo, ele não conseguia se lembrar direito. Além da luzinha, o nervosismo por causa do Sr. 90 tinha feito com que ele não se lembrasse de detalhes tão pequenos e comuns de seu dia-a-dia. Ele deu de ombros, com uma expressão inocente e triste, de quem estava se sentindo culpado. Estava sendo sincero. Pelo menos, do seu ponto de vista. Provavelmente a diretora ainda não acreditaria nas palavras dele, por mais que fossem inocentes.*

- Eu não lembro! Foi tudo muito rápido, só lembro de ter tentado salvar a turma... Me desculpe!

-Acho que não preciso de mais provas.

*Respondeu Kotone assim que ouviu as palavras sem noção e sem sentido do garoto, as reações dele, tudo mostrava que o diagnóstico de Kotone estava correto. Ela simplesmente levantou-se, deu a volta na mesa e agachou-se ao lado de Mikio, puxando o rosto dele e o fazendo olhar diretamente nos seus olhos. Eu não sei para as pessoas que tem poderes de Youkai como essas, mas se fosse eu, em OFF, nesse momento já teria soltado uma meia dúzia de filete de cocô que estaria escorrendo pela minha cueca, porque com certeza estaria mole de tanto medinho.*

-Agradeça ao fato de você ser um paranormal, Ootsuka. Não fosse este fato, eu te mandaria embora desta academia agora. Mas não pense que haverá uma segunda vez... Se houver e eu ficar sabendo, eu não me importarei com as regrinhas menores e te mandarei embora. E se você fizer besteira no mundo humano, eu vou até você e, fora da academia, terei o direito de te transformar em um bolo de poeira. Combinado?

*Depois de ficar olhando para ele por cerca de quinze segundos após isso, Kotone voltou a se levantar, recostando seus quadris na sua mesa e voltando a olhar para Sae, com uma expressão séria mas desta vez não assustadora, apenas bastante profissional, digamos assim. A enfermeira não precisava ter medo, muito pelo contrário... Era Kotone que precisava agradecê-la por um diagnóstico tão preciso de forma tão rápida.*

-Fubuki, leve o zé-cracudo pra Detenção, leve a chave para a sala dos professores e deixe com quem quer que esteja lá. Ele vai ficar lá até segunda ordem... Por mim ele apodreceria lá por um bom tempo, mas não se preocupe, moleque, a sociedade tem algumas regras e eu vou ter que te tirar ainda hoje. Só se lembre que ainda tem tempo até a meia noite. Ah *Voltou Kotone a falar com Sae.* ... e desculpe te pedir um favor destes, eu sei que não é sua responsabilidade, mas eu tenho um compromisso com uma princesinha rebelde e mimada que se não for resolvida agora, ela é capaz de destruir ainda mais do meu patrimônio.

-Doumo.

*É a última coisa que Kotone fala até que Sae sai do recinto. A diretora então pega um belo de um copo d'água e o toma inteiro de uma vez, hidratando-se e acalmando-se um pouco mais. Respirou fundo, foi até um grande armário luxuoso que ficava posicionado em uma das paredes laterais da sala, abrindo a porta mais debaixo, mais escondida de todas. De lá tira uma pequena mochila, do tamanho de uma TV de 14 polegadas aproximadamente, toda preta, parecendo cheia. Jogou a mochilinha nas costas e saiu da diretoria ao perceber que já tinha gente lhe esperando por ali fora.*

*A situação ia piorando e Kotone parecia ficar mais puta ainda, por mais que Mikio não conseguia entender. Estava bem fora de si, mas conseguia sentir algo terrível naquela mulher. Era assustadora demais. Intimidadora demais. O que diabos era ela? Só porque era a diretora?! Ele não tinha sentido aquilo antes. A intenção da mulher quanto à matá-lo era realmente verdadeira. Talvez fosse melhor entrar na linha pra evitar tomar uns sopapos dela. Assim, foi chamado por Sae, que deu uma injeção de tranquilizante nele.*

- Honk? Hooooonk...

*Fez o som, ficando bem mais tonto e mole do que antes. Era uma ótima sensação estar totalmente mole e relaxado. Nem se importou em ser carregado por ela. Ficou lá, viajando, curtindo a brisa.*