-Quarto 270

-Este quarto está registrado no nome de Mayuzumi Kaori.

* A jovem chegava correndo em seu quarto. Abria a porta rapidamente e já jogava todas as malas no meio do quarto. *
[Cadê... Cadê o banheiro?]
* A jovem começava a procurar freneticamente o banheiro daquele quarto, e quando finalmente o achou, a jovem fizera questão de escorregar no tapete e ralar seus joelhos e suas mãos, já que tentara se apoiar com eles. *
- I-itai....
* Se levantara com dificuldade e limpava seus machucados, logo dava uma rápida arrumada no seu cabelo e em suas vestes e voltava para o quarto, pegando faixas e pomadas e colocando sobre os machucados. Estava bem visível, já que trajava uma saia curta e nenhuma luva, mas não se importara. Só queria saber de ir pra sua aula e depois ver seu irmão/primo. Pegava uma banana em sua bolsa e começava a comer, e logo corria em direção a sua classe. *

* Finalmente chegava em seu quarto, assim abria a porta e soltava a mão de seu irmão. Já dentro, a ruiva se sentava na cama e retirava as faixas do joelho, olhando o estado de seus machucados: Eram apenas cortes simples. *
- Preciso lavar isso...
* Com isso, a jovem se levantava lentamente e fora em direção ao banheiro, se dando conta de quão bagunçado seu dormitório estava. Bolsas e malas espalhadas pelo quarto; pomadas, curativos e faixas pelo banheiro e sangue espalhado pelo mesmo. Assim, a jovem começava a lavar os cortes somente com água. *
- eer... Desculpa pela bagunça, Nii-sama...

Relaxa, eu sei que você não é de deixar as coisas bagunçadas sem motivo...

* Dizia enquanto adentrava o quarto logo depois de Kaori, havia notado os curativos em seus joelhos mas não tinha visto que estavam sangrando, Kain foi até o banheiro então se posicionou atrás de Kaori. *

Vamos arrumar isso aqui, tem alguma pomada curativa ou algo assim aqui no seu quarto?

- Eu cheguei bem atrasada para a aula... Só deu tempo de pegar algo pra comer e ir pra sala de a...
* Ao ver que o irmão entrava no banheiro e ficava atrás de si, a jovem perdera completamente as palavras, corando-se novamente. Era tudo tão estranho. Ambos passaram tantos anos longe e quando se viram novamente estavam assim, tão diferentes, tão mais... Atraentes. Respirava fundo, assim apontava para uma das pomadas espalhadas pelo chão do banheiro. *
- É aquela a-ali, Nii-sama.
* Logo após dizer, terminava de lavar os machucados dos joelhos, e assim fora se sentar na cama no quarto, esperando seu irmão cuidar de si. *

'K

* Então se abaixou e pegou a pomada, o ruivo parecia bem feliz, afinal, aquele sorriso não saia de seu rosto nem por um segundo. Enquanto Kaori ia até a cama, Kain pegou uma toalha seca no banheiro e algumas bandagens que estavam lá, então foi até a cama e ajoelhou-se a frente da ruiva. *

Vai doer um pouquinho, k?

* E sem nem esperar a resposta, já passa a toalha com carinho em cima dos joelhos dela, assim secando os machucados, logo depois largou a toalha em cima do chão e abriu a pomada, espalhando um pouco no dedo indicador para passar nos machucados. *

Como você fez isso aqui?

* Kain passou as bandagens por cima dos machucados e apertou até ter certeza de que elas não escapariam, deu um jeito de prendê-las e se levantou, dando um rápido beijo na testa da ruiva. *

* Apertava os lençóis fortemente ao ouvir o que o rapaz dizia, e sem nem ao menos ter chance de responder, a jovem sentia um pouco de dor e ardência ao sentir o rapaz cuidando de seus ferimentos. *
- I-itai...
* Murmurava baixinho. Logo após tudo, a jovem sentia-se mais aliviada. Sentia o beijo na testa, ficando imóvel por um tempo. Não respondera a pergunta dele, somente envolvia os braços no pescoço do irmão novamente antes que o mesmo se levantasse, empurrando seu corpo contra o dele e, possivelmente, o derrubando. Ficava por cima dele, apertando-o cada vez mais. *
- Eu estava com tanta saudade de você, Nii-sama...

What the...?

* Não teve tempo nem de falar direito, Kain caiu de costas no chão com Kaori em cima dele, era a segunda vez que algo assim acontecia em dois dias, logo viraria rotina ter uma garota em cima dele todos os dias, sem brinks q. O ruivo ficou totalmente sem reação ouvindo as palavras de Kaori, não imaginava que ela iria sentir tanto a sua falta desse jeito durante esses anos que passaram longe um do outro. *

O-O que você tá fazendo, Kaori? Desse jeito vai machucar os joelhos ainda mais...

* Arrumava seu corpo sobre o de Kain, deixando o joelho direito um tanto flexionado. Deixava a lateral de seu rosto sobre o peito do ruivo, enquanto apertava mais e mais o abraço. *
- Eu não ligo... Eu só quero sentir o Nii-sama de novo...
* Suspirava. Aquele momento era único. Estava realmente feliz por estar assim com seu tão amado irmão. Apoiando levemente seus joelhos machucados no chão e as mãos sobre o peito de Kain, a ruiva se afasta um pouco o tronco do dele, passando a fitar os olhos do mesmo com um pequeno sorriso. *
- Sabe... Kain Nii-sama ficou tão bonito.

Kaori... eu...

* Naquele momento, Kain ficou tão vermelho quanto a cor de seus cabelos, como nunca havia ficado em toda sua vida, não sabia direito o que responder, Kaori ficou tão linda, não parecia mais aquela irmãzinha chorona que ele cuidou por tanto tempo a anos atrás, era estranho tê-la naquela situação, mesmo sabendo que realmente era ela, seu corpo não reconhecia isso. *

Eu tenho que ir... tá na hora de ir pro clube, meu amigo tá me esperando...

* De uma maneira suave, Kain põe Kaori para o lado e se levanta rapidamente, antes que seu corpo resolvesse fazer alguma besteira com sua irmãzinha. Assim que se levanta, novamente dá um beijo na testa da ruiva ainda mais rápido que o primeiro, pra ela não ter a chance de fazê-lo cair de novo, e vai até a porta. *

Eu vou estar no dojo caso você queira me procurar, e meu quarto é o 220 da ala oeste, caso você precise de alguma coisa. See ya.

* Então se retira do quarto, indo em direção ao anexo. *

* A jovem ainda estava a sorrir para Kain. Apesar de completamente mudada fisicamente, sua inocência permanecera intacta. Percebia que seu irmão ficava extremamente vermelho, como nunca tinha visto antes, ficando um pouco preocupada. Ao sentir Kain tira-la de cima dele, a pequena ficava sentada lá no chão observando-o se levantar. *
- Kain Nii-sama... Está tudo bem? Eu fiz algo er...
* Não deu tempo de terminar a frase. Kain acabava de fechar a porta sem nem ao menos responde-la. Com medo dele ficar bravo com alguma coisa que dissera, a jovem encostava as costas na madeira da cama e dobrava os joelhos, abraçando as próprias pernas e afundando seu rosto nas mesmas. Ficava ali, sozinha e calada, pensando no que pode ter feito. *

* A jovem estava lá, completamente deprimida, quando ouvira sons de passos no corredor. Não ligava muito, somente ficava lá abraçada com suas pernas. Ouvia o som ficar cada vez mais próximo e parar na sua porta, assim olhava para a mesma, percebendo uma sombra ali. Toda feliz, achando que era seu irmão, a ruiva se levantava rapidamente e abria a porta, com um largo sorriso no rosto. Ao ver que não era ele, o sorriso desapareceu aos poucos. Ficava a fitar o rapaz com um pequeno e, de fato, falso sorriso. *
- Hum... Posso ajudar?

* Keisuke arregalou seus olhos pra CARALHO mesmo, assustado que a porta se abrira do nada, e logo, sua dúvida final tinha se quebrado. Ele bateria na porta se ela não tivesse a aberto? Foda-se, ela já tinha o feito de qualquer forma. É claro, ele estava assustado. *

- O-Oe... ahn... e-eu vi... t-tem sangue no c-chão... e-e...

* Ele estava suando. Claro que estava, ele era uma falha na sociedade. Nem conversar com uma garota feia ou estranha ele conseguia, imagina só com uma garota bonita como aquela! Sentia suas mão tremerem e tentou soltar um sorriso, que acabou sendo um tremendo desastre, de tão quebrado e feio que foi. Logo chacoalhou a cabeça, e olhou a garota. *

- Ah, tanto faz. V-você está bem? e_ê

* A jovem via aquele rapaz ali, completamente estranho e agindo de um jeito estranho, assim arqueava uma das sobrancelhas mostrando "dúvida". Ao ouvi-lo gaguejar, a pequena dava uma pequena risadinha, achando que ele tinha ficado assustado com a mesma. Percebia que ele estava tremendo, e aquele sorriso desastrosos, fora as tremedeiras e se desesperava. *
[ Minha nossa... Será que ele tem algum problema do coração e eu quase matei ele? ;-; ]
* Assim, no intuito de ajudar, a pequena segurava a mão dele e o puxava correndo, jogando-o em sua cama. Tirava rapidamente uma das faixas de sua mão, enquanto corria em direção ao banheiro e umedecia-a bem, para deixa-la bem geladinha e fazer o rapaz parar de suar. *
- C-CALMA, SENHOR DESCONHECIDO. VOCÊ VAI FICAR BEM!

* É CLARO, É ÓBVIO, E PUTA QUE PARIU, QUE REAÇÃO FOI ESTA? ELE ESTAVA NERVOSO, ELE ESTAVA SUANDO, E CLARO, ele percebeu o machucado na mão dela. Deitado na cama dela, e sim, com o corpo duro feito pedra, ele olhava para ela. *

- É S-Satou Keisuke. P-Pode me chamar de Keisuke.

* Aos poucos, mas claro, BEM AOS POUCOS, ele ia se acalmando. Aquilo fora realmente do nada, bem do nada MESMO, e então, ele fechava os olhos, suspirando e tentando manter a calma. *

- E.. E-Eu estou bem. Relaxe... garota.

* A jovem terminava de umedecer a faixa, que estava levemente manchada de sangue pelos cortes da queda. *
- KEISUKE-SAN NÃO FALE! ISSO VAI PIORAR SEU ESTADO!
* Assim, a pequena preocupada corria em direção a ele na cama, porém, como era extremamente estabanada, tropeçava em uma das bolsas no chão, e assim caia sobre ele na cama. Os corpos dos dois fazia um sinal perfeito de "+". *

* Mais vermelho que isso? Nem uma gota do sangue de uma artéria. Ele tava tão corado, mas tão corado, que sentia seu rosto quente. Ele suspirava, tentando se acalmar um teco. É claro, sem efeito algum, porque tinha uma garota em cima dele, daquele jeito ainda, puta que pariu. Ele, tremendo pra caramba, colocava a mão dele em cima das costas dela, com os olhos fechados. *

- G-garota, calma... e-eu estou bem...

[Matei ele! AI MEU DEUS EU MATEI ELE. ;-;]
* A jovem se desesperara ao cair em cima dele. Achava que tinha "finalizado o serviço" com a queda, mas, felizmente, a ruiva sentia a mão dele nas costas e se aliviava. Aos poucos, a pequena se levantava e, bem mais tranquila, colocava a faixa sobre a testa de Keisuke afim de aliviar a possível ardência/febre e faze-lo parar de transpirar. *
- D-desculpa, Keisuke-san... Eu não queria te assustar... Espero que esteja melhor.

* Ele então abria seus olhos, e lentamente, se levantava para ficar sentado em cima da cama dela. A olhava agora, colocando, ainda bem trêmula, a mão em seu ombro. *

- C-Calma, eu estou bem. Como v-você se chama?

* Agora ele finalmente via, com mais tranquilidade e calma, o rosto da garota e ela por inteiro, e realmente, ela era muito bonita. Não conseguia deixar de ficar corado, mas já estava parando de suar e segurava aquele pano na cabeça. *

- Vejo que está bem... Que susto...
* Assim, a jovem se sentava ao lado do rapaz na cama, ficando a mais ou menos dois palmos de distância do mesmo. *
- Meu nome é Mayuzumi Kaori, mas pode me chamar de Kaorin.
* Dizia com um sorriso bem receptivo e meigo, cumprimentando-o com um pequeno beijo na bochecha do mesmo. Agora na posição anterior, a jovem se tocara de toda a situação e resolvera tentar entender o porquê dele estar alí. *
- Keisuke-san... Me diz... Por que ficou alí na minha porta?

* Logo retirava o pano de sua testa, e o apertava com a mão, enquanto se virava para olhar para ela. Suspirava, e bastante corado, conseguia soltar um sorrisinho um teco mais bonito. Fechava seus olhos, agora soltando uma risadinha. *

- Eu vi o sangue no corredor, e dava aqui na sua porta. Como seu quarto é perto do meu, decidi fazer uma visita... não ia tomar muito do meu tempo mesmo, não é? Ahn... desculpa se lhe incomodei.

* A jovem abria um sorriso um pouco maior que antes, sabendo que alguém que nem a conhece se preocupou com a mesma. A pequena se levantava da cama e começava a procurar alguma coisa dentro de uma das bolsas. Depois de um longo tempo procurando, tirava um salgadinho de queijo da bolsa e estendia os braços para entrega-lo a Keisuke. *
- Eu te ofereceria um chá e alguns biscoitos caseiros... Mas aqui não tem cozinha e isso é a única coisa que tenho. Obrigada pela preocupação e pela visita, Keisuke-san.

* Logo ele pegava o salgadinho da mão dela, e ficava com aquilo na mão. ~~LagMentalOP~~ Então ficou a olhando, se perguntando se realmente ficaria ali ou se iria embora. Não sabia realmente o que fazer, então ficou a olhando, sentado. *

- Então, Kaori-chan... não sei se... se devo ir embora ou ficar aqui, não quero lhe incomodar.

- Magina! Não é incomodo algum! Eu não tenho amigos aqui, só meu irmão Kain e a Yuma-san. Eu preciso de amigos e você me parece uma pessoa muito legal. Mas se quiser ir embora...
* Dizia enquanto se sentava ao lado dele novamente. Olhava para a mão agora desenfaixada e percebia que o machucado estava um pouquinho feio. *
- Esse é o preço de ser atrapalhada... Acho que vai ficar cicatriz...

* Já estava visivelmente mais tranquilo, e rapidamente, sem nem pensar duas vezes, largou aquele pacote na cama e correu até o banheiro, pegando algumas faixas e gazes, as jogando rapidamente na cama e logo pegando a bolsa dele mesmo, onde de lá, tirava uma pomada que guardava consigo, para emergências como cortes. A pomada era caseira, e ele trazia de onde saiu antes de vir pra acadêmia; tinha mais alguns potes dela em seu quarto. Logo, com uma gaze, pegou um pouco da pomada, e com cuidado pegou na mão da garota, a colocando por cima, e sem apertar muito, fechou aquilo com a faixa. Sem soltar a mão dela, desviou seu olhar para ela. *

- É só este machucado que você tem, Kaori-chan? Se for, te garanto que até de noite, este machucado estará cicatrizado, mas não ficará uma marca grande o suficiente para ser notada.

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