-Quarto 410

-Este quarto está registrado no nome de Segawa Riko.

*Yusuke entra no quarto da moça e puxa uma cadeira para próximo da cama dela e espera ela entrar no quarto, assim que ela entra ele pede para que a moça feche a porta e sente na cama, enquanto ele senta na cadeira virado de frente para ela.*

-Me diga como assim você ficou presa por todo esse tempo e que coisas de adultos foram essas? O que uma menina como você fazia em um lugar com esse tipo de pessoas?

*Ele estava realmente preocupado com a moça, mas para não espanta-la ou deixa-la mais desanimada ele mantém uma feição seria e calma, até sua entonação de voz era serena.*

* Entrava no quarto e rapidamente sentava na cama, claro, após fechar a porta como pedido. Achava suspeito, será que ele iria fazer as mesmas atrocidades que as pessoas daquele sítio? Nah, ele parecia ser bonzinho demais para isso. Olhava-o com seu mesmo olhar sem sentimentos de sempre, mas de um certo modo aquela feição e voz serena dele a acalmava. *

- Eu... fui sequestrada aos meus dois anos de idade, e... vivi presa o tempo todo depois disso. Fui liberta aos meus 12 anos porque... eles me torturaram mais do que o normal... e precisei ser socorrida... Não sei bem como eu fui libertada, pois acho que eu deveria ter voltado para os donos do sítio que eu estava, mas... eu fui. Depois disso passei um ano treinando para combater inimigos do meu salvador, mas no final das contas eu só limpava a sujeira que um dos contratados por ele. Até que ele me mandou para cá sem motivo aparente, mas... eu nem ao menos sei ler muito bem.

* A ultima frase de Riko fez ela fazer o que nunca tinha feito: rir baixinho. Foi apenas um riso bem rápido, e um riso completamente cheio de sentimentos negativos. Não entrou em detalhes, só entraria se ele perguntasse, afinal sua história é extremamente pesada. E, sim, Riko tem muita dificuldade para ler e escrever ainda, não que seja analfabeta, só não é ótima nisso. *

*Parecia que quanto mais tempo ele ficava naquela academia mais histórias estranhas iam surgindo, ele não precisava escutar mais nada por enquanto, ele sorri para a jovem e diz.*

-Não se preocupe, por aqui nada de ruim vai lhe acontecer...

*Faz uma pequena pausa e fica pensando em como ajudar a jovem.*

-Bom me diga no que eu posso te ajudar Segawa-chan?

* Será mesmo? Riko tinha certeza de que coisas horríveis iriam continuar acontecendo consigo. Estava maculada e traumatizada, mesmo não assumindo isso. E pior, a pequena acha que todo o motivo desse sofrimento é porque merece. Riko voltou para a sua feição de nada novamente, passando a fita-lo nos olhos. *

- Eu não preciso de ajuda.

* Talvez ele estivesse falando sobre arrumar a mala, ou sobre dar uma geral no quarto. Riko realmente não entendeu muito bem sobre o que ele quis dizer com essa ajuda. *

*Era uma reação normal para alguém que passou a vida inteira recebendo pancadas, ele sorri e olha direto nos olhos dela, ela parecia duvidar de Yusuke, e como o bom e velho ditado diz, os olhos nunca mentem.*

-Você não merece ser mal-tratada, está aqui apenas para aprender ter uma vida alegre, o que depender de mim, e acho que de todos os professores, você terá ótimas experiencias aqui nessa academia, fará amigos e vai se divertir com eles.

*Acaba lembrando um pouco do seu tempo de escola, as amizades, as brincadeiras, etc. Volta a realidade, e continua falando com a jovem.*

-Bom a pouco tempo você me pediu que lhe ensinasse algumas coisas, o que você gostaria de saber?

* Oh, será que esse foi o motivo de Dok tê-la mandado para a academia? Felicidade era uma palavra tão distante para si, afinal só sentira isso quando ganhara a boneca Kaoru em seu aniversário quando estava presa. Realmente Riko desejava isso, mas o que viesse é completo lucro. Tristeza ou felicidade, tudo na mesma. E... amigos? Isso é algo completamente impossível para a robótica Riko. *

- Honto...

* De novo uma falha na memória da pequena. Riko estava ficando bem avoadinha ultimamente, hein? *

- Eu... quero parecer uma pessoa normal... mas... eu não sei como...

*Yusuke se lembra de sua irmã, com quem brincava quando era criança até a mesma atingir adolescência, o que afastou um pouco os dois, ela só queria saber das suas amigas, fazer tudo com elas, desde um simples almoçar até viajar com elas. Fica imaginando o que poderia falar para a jovem que estava ali, talvez se ele achasse uma atividade que a moça gostasse ela poderia fazer alguns amigos e aprender com eles.*

-Bom o mais fácil seria se você achasse algo que lhe agradasse, algum tipo de hobby ou um esporte... Segawa-chan podemos começar procurando algum clube para você participar, estar com pessoas diferentes vai lhe ajudar a aprender mais. Espere um momento aqui, ok?

*Yusuke vai até o seu quarto e pega uma folha com todas as atividades e clubes extracurriculares da academia, então ele volta para o quarto da jovem e entrega a folha para a moça.*

-Bom aqui estão todos os clubes aprovados até agora, veja se tem algo que lhe chame atenção, talvez você possa tentar por um desses clubes. Qualquer duvida só me perguntar.

*Faz uma pequena pausa, para sentar na cadeira.*

-Não se preocupe, não existe uma formula para você se tornar alguém normal, esse tipo de coisa vai fluir naturalmente.

* Não dizia absolutamente nada. Esperava-o na mesma posição que estava, nem ao menos parecia respirar. Como ele demorou alguns minutinhos, Riko achou que ele não voltaria mais, como todos faziam quando morava no laboratório. Assim, levou a mão até seu tapa-olho e o retirou, colocando-o no criado mudo que tinha ao lado da cama. Mas para a sua surpresa o professor volta, assim olha para trás rapidamente e via o professor com uma folha na mão. O professor poderia ficar surpreso, já que Riko tinha sim um olho, mas um olho amarelo. Automaticamente Riko analisou o professor e viu que o mesmo manipulava magia, que era um Invoker e que tem números altíssimos de magia e inteligencia. Virava-se rapidamente de costas, já que odiava usar esse seu olho para descobrir as coisas, e assim, colocava novamente seu tapa olho e se sentava na cama, pegando a folha. Olhava para toda a lista, mas realmente não fazia a mínima ideia do que entrar. *

- Esse clube pirata... me parece... legal.

- Parece ser um clube divertido.

*Yusuke fica fica imaginando como seriam as atividades, do clube e quem seriam os seus integrantes, talvez seria um bom começo para a jovem. O professor não pode deixar de notar que a moça tinha um olho de cor diferente do outro, fica pensando se ele devia perguntar ou não, resolver deixar para uma próxima oportunidade. Aquele silencio um tanto quanto constrangedor se instala naquele local, então Yusuke pensa na primeira coisa que lhe veio a cabeça.*

-Me diga Segawa-chan, você gosta de música? Está familiarizada com algum tipo de estilo musical?

* Ótimo! Talvez Riko pudesse se divertir pela primeira vez com alguma coisa. Ainda bem que ele estava ali para mostrar os clubes, afinal, não sabia que tinha clube por ali. Aliás... O que é um clube? Achou melhor não perguntar. Após aquele longo silêncio, que por sinal Riko não achava constrangedor, pelo contrário, somente olhava para o professor do mesmo jeito. Enfim, ouvia o que ele dizia e percebia que não ouvia nenhum tipo de música, mas pelo menos sabia o que era. *

- Eu nunca parei para ouvir músicas.

*Yusuke olha no relógio estava na hora do almoço, então ele tem uma ideia.*

-Está com fome Segawa-chan? O que acha de irmos almoçar e depois eu te mostro um pouco de música, acho que você vai gostar.

*Se levanta e fica esperando a resposta da jovem, como de costume sua feição era calma e serena, não passava nenhuma preocupação.*

- Ha-hai...

* Iria segui-lo para todo o canto que ele quisesse. Riko tem alguns trocados que conseguiu com Dok, assim, pegou uma carteira bem pequena de ursinho e colocou-a rapidamente no bolso de sua camisa social para que ele não visse isso. Virou-se para ele e ficou esperando o mesmo sair do quarto primeiro para guia-la. *

*Fica feliz pela jovem aceitar seu convite, então ele diz.*

-Vamos.

*Resolve leva-la para algum lugar na área comercial, sai do quarto acompanhado da jovem.*

* Segue ele por todo o caminho até o restaurante. *

* Entrando novamente no seu quarto, Riko colocou a chave numa mesinha que tem lá e viu a sua mala jogada no meio do quarto. Nem ao menos tinha arrumado-a, já que não tivera tempo. Olhou para trás e passou a fitar o professor de cabeça baixa, ainda corada. *

- Se você quiser entrar para passar um tempo comigo...

*Entrou lá e ficou de pé logo ao lado da menina, sorrindo. As palavras dela fizeram sua imaginação fluir, afinal, era um inccubus. Mas precisava usar a razão, afinal, ela parecia inocente demais para ter qualquer segunda intenção... Claro que se tivesse, Budo-sensei não negaria, muito pelo contrário. Mas não seria certo tentar algo contra uma menina como aquela. Assentiu, fitando-a com um sorriso, por fim, em relação ao que ela tinha dito.*

- Claro... Adoraria!

*Assim, sentou-se na cama dela, no canto, deixando as roupas logo atrás de si mesmo. Assim, com um sorriso mais simples, fitou-a.*

- Você está em qual ano você está, Segawa-chan?

* Ele "adoraria"? Oh... que surpresa. Riko virou seu rosto para o lado e sorriu novamente, mas dessa vez, um sorriso aparente. Era um sorriso pequeno, mas sincero e bem bonitinho, particularmente. Talvez ele veria, talvez não. Se aproximava do professor, mas se sentava na outra ponta da cama por motivos óbvios. Não, Riko não pensava em absolutamente nada com o professor, mas diferentemente de com Yusuke, Riko não estava com medo do professor abusar de si, pelo contrário. *

- S-segundo ano... ahn... eu... eu não lembro a sala...

* E de novo não lembrava sua sala. Se levantou e foi até a plaquinha no quarto, tal placa que Yusuke comentou antes, e olhou de qual sala era. Voltou a se sentar ao lado do professor, olhando para os olhos dele, agora, com a mesma cara de sempre. *

- 2º D.

*Ela sorriu, e ele ficou feliz por isso. Ela parecia não ser do tipo que sorria, então fazê-la se sentir bem já deixava ele bem. Com certeza, dar prazer não se referia apenas ao físico, mas também ao emocional, e aquilo já se encaixava. Portanto, o professor estava satisfeito por ver a garotinha um pouco alegre. Ela então foi ver o número de sua sala e ele assentiu, sem muito o que fazer.*

- Não sei meu plano de aulas ainda, mas... Bom. Uma hora você vai me ver por lá. Espero que goste da minha aula!

*E então, fitando-a, ficou com uma expressão mais serena.*

- Pretende fazer o quê durante a Golden Week, Segawa-chan?

- T-tenho certeza que irei gostar, Budo-sensei.

* Essa não é uma resposta muito comum de se ouvir dos lábios da pequena, então ele poderia se sentir lisonjeado. E realmente tinha certeza, já que o professor passava algo extremamente gostoso para a segundanista. Um pouco desconfortável, Riko passou a se encostar nos pés da cama, sentando com "perninha de índio" enquanto olhava o tempo todo para o homem ali. Golden Week é esse tal de "feriado", não é? *

- Ahn... não sei... eu não conheço nada nem ninguém daqui...

* E assim, abaixou a cabeça. Ficou pensando no primeiro menino que conversou ao chegar na academia, mas ele deve ter achado-a estranha pra caramba, ou sei lá. É, provavelmente passaria o feriado deitada, sem fazer nada. E, ah. Relembrando que a menina estava de frente para o professor, com as pernas cruzadas desse jeito e de saia -v-. *

*A menina, depois de algumas frases, resolveu sentar-se de frente para ela com as pernas cruzadas, de saia. Era uma cena... Provocante. Principalmente para um homem como Budo. Controlar-se não era fácil. Já estava perdendo, afinal, alguma coisa estava maior do que deveria ali... Mas não devia render-se. Seria maldade tentar algo ou progredir. Porém, manteve-se sentado normalmente, sem se importar com a visibilidade de seu "problema". Budo era Budo, afinal de contas.*

- Hm... Bom, agora me conhece! Eu não conheço nada nem ninguém por aqui também, então a gente pode, sei lá, comer conversar, jogar uns fliperamas!

*E abriu um enorme sorriso empolgado e gentil. Uma coisa que ele adorava era estar próximo de seus alunos e fazer amizade com os mesmos.*

- Eu adoraria!

* E outro sorriso apareceu. Agora um largo e mais sincero ainda. Não fazia a mínima ideia do que era fliperamas, mas soava como algo beeeem divertido. Budo já estava fazendo Riko se divertir como nunca se divertira antes, mesmo só com essa conversa. Até estava parecendo outra pessoa. Até que... o quê? Riko não entende absolutamente NADA sobre coisas... íntimas, digamos assim, mesmo tento passado por tudo o que passou, assim, ajoelhou-se na cama e foi engatinhando até o professor, passando a fitar bem de perto esse "volume" esquisito na calça do rapaz. Após passar um longo tempo fitando-o, levantou a cabeça e o olhar e passou a olhar para o professor, com cara de dúvida e quase colado a ele. *

- O que é isso, sensei?

*Abriu um enorme sorriso ao ver a reação dela. A menina parecia bem feliz com tudo, e Budo mais ainda por vê-la daquele jeito. De repente, uma reação inesperada: Ela abaixa, e engatinhando vai até ele, onde observa sua calça e seu tico duro ali e pergunta o que era aquilo, muito próximo dele. O quão inocente aquela menina conseguia ser?! Budo curvou-se um pouco para trás e suspirou... Talvez fosse maldade profaná-la. Mas talvez fosse bondade ensinar essas coisas! Por que não? Era complicado, não sabia o que fazer, então apenas fitou-a, com um sorriso sereno nos lábios.*

- Ah... Isso é quando os homens ficam... Alegres... Eu acho... Perto de meninas bonitas. É meio inevitável!

*E deu de ombros, rindo um pouco.*

* Elogiada? Riko foi elogiada? Como assim? Isso fora a primeira vez que acontecera. Se ajoelhava na cama e se virava de costas, levando ambas as mãos para seus próprios lábios, tapando-os pela surpresa. Estava tão vermelha quanto um pimentão, e ainda por cima fora um professor! Aquilo é realmente incrível. Mas ainda sim tinha muitas dúvidas sobre. Será que isso eram as mesmas coisas que os homens usavam em seu pequeno corpo quando criança? Poderia ser, poderia não ser. Após se acalmar, e depois de um longo suspiro, voltou a ficar naquela posição tão... incomum para se ficar. Ficava se apoiando na cama com somente uma mão, quando levara a canhota, a mão normal, até essa coisa grande lá e com o dedo indicador dava algumas cutucadas. *

- E-eu sou bonita? E... o que é? O que aconteceu? Não estou entendendo nada.

*Observou-a corar e achou aquilo extremamente bonitinho. No fim, ele nem tinha percebido o elogio na sua última frase. Fora algo tão... Pequeno, pra ele. Mas talvez pra ela fosse algo importante? Ela era realmente uma fofura inocente. Tão inocente que... Poxa. Ela voltou àquela posição e, com sua mão esquerda, ficou a cutucar o mastro glorioso do sensei, que pulsou inconscientemente ao ser tocado. Ele não sabia como reagir muito bem, ela era muito inocente, e aquilo provocava-o muito... Não sabia o que fazer. Então apenas sorriu, gentil e um tanto convencido, prosseguindo.*

- Você é bonita, sim, Segawa-chan! E... Isso... Quando o homem acha a menina bonita, e o menino bonito... O menino encaixa... Isso... Nos buraquinhos da menina... Às vezes ela dá beijinhos, e vice e versa. Entende?

*Ele falou aquilo com certa naturalidade. Era um pouco diferente do que deveria ser, Budo-sensei. Mas era inevitável. Pra ele, essas putarias eram coisas tão simples e fáceis...*

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