Sala de Detenção

Relembrando a primeira mensagem :

-Sala onde são cuidados os alunos que não respeitam as regras, causam confusões ou merecem punição.
-Esta punição deverá ser dada por alguém que tenha direito a isso, como algum professor, diretor, coordenador ou membro do conselho.

*Sae chega na Sala de Detenção, que estava vazia. Olhou para os lados e viu que era tranquilo. Por ser uma escola de Youkais, nada mais justo que a Sala de Detenção ter paredes, vidros e porta revestidos, para evitar a fuga. A médica, que carregava Ootsuka Mikio nos braços como se o mesmo fosse um Bêbado, graças à dosagem de dopping que fizera nele para que não relutasse durante o caminho, o levou gentilmente até uma carteira qualquer por ali, deixando-o sentado e ligado o ar-condicionado para que ele não morresse asfixiado em uma sala tão bem lacrada. Foi caminhando de volta à porta, e ao chegar na mesma, parou e virou-se uma última vez para o garoto.*

-Pessoas que jogam suas próprias vidas fora não mereciam nem ter nascido pra começo de conversa. E não se preocupe, a dosagem que usei foi pequena, em alguns minutos você se sente... "normal".

*Aspas porque ele continuaria com o resto do efeito da cocaína né, enfim. Sae finalmente saiu dali, trancando a porta e levando a chave consigo, obviamente.*

*Meio grogue ainda, Mikio foi atirado lá. E do jeito que foi atirado ficou, babando e viajando. Nem ao mesmo escutou o que a enfermeira disse ao sair. Ficou algum tempo ali, parado, até resolver se sentar. Ficou sentado, olhando fixamente pra porta, com uma expressão vaga em seus olhos.*

- Honk honk.

*Depois de um tempo com o ar condicionado ligado e o garoto ali sozinho esperando, a sala já estava bem resfriada, quando subitamente uma brisa quente passa pela sala que se encontrava completamente fechada.*

- Quente...?

*E levantou-se, sentindo que algo estava diferente. Olhou para os lados e se aproximou de algum ar condicionando, tentando checar algo anormal. Naturalmente, estava tudo normal, então ele apenas olha novamente para um ponto do nada, com seu olhar ainda mais vago.*

- Seria isso... Um verdadeiro... Milagre?!

Spoiler:

*Nada de especial ou milagroso acontece... Mas depois de mais um tempo uma brisa bem mais fraca do que a anterior, porém ainda um pouco morna, passa pela sala de novo, da mesma direção da anterior... A temperatura não era quente de fato, era a temperatura ambiente que tinha uma sensação térmica diferente devido ao ar condicionado.*

- Mas... Como assim?

*E olhou para trás. E depois para o lado. E para o outro. E girou mais três vezes até parar no centro da sala, meio sem entender o que a foda estava acontecendo ali. Era pra estar gelado, não era?! De qualquer modo, tentou sentir mais ou menos de onde vinha a brisa quente, ficou de quatro e foi seguindo ela lentamente, como se farejasse aquilo. Não ia conseguir dormir se não descobrisse o que era aquilo. Nem que fosse um buraquinho na parede. Porque se fosse, poderia tentar sair. Vai que um milagre acontece?!*

*Mikio passa um tempo seguindo a direção que a brisa passou e ~~já que passou no teste de percepção~~ percebe que atrás de um criado mudo que estava ali, aparentemente para motivo nenhum, havia duas pequenas rachaduras, uma entre o chão e a parede e outra no meio do chão, ainda de baixo da área do objeto... Uma outra brisa bem pequena surge da rachadura do meio, fazendo o chão naquela área se levantar bem de leve.*

*Abaixou-se, observando as rachaduras e deixou o rosto bem próximo dali, sentindo a brisa quentinha. Aproveitou pra brisar por alguns segundos ali enquanto pensava em outras coisas, até ter ideia novamente do que acontecia. Talvez existisse alguma sala secreta? Uma passagem?! Glória? Fama? Poder? One Piece?! Só tinha uma maneira de descobrir. Com força, Mikio enfia as mãos na rachadura do chão e agarra um de seus lados, tentando puxar. Caso não tivesse como puxar pelo fato dela ser muito pequena, ele simplesmente daria um socão com força na região.*

*A sala era bem reforçada, mas o engraçado é que justamente o chão era um pouco menos reforçado justamente por ser uma camada "infinita" de terra... Mikio não era o mais forte dos youkais, mas era com certeza duas vezes mais forte que um humano tão forte quando Arnold Schwarzenegger, o que faria com que essa parte do chão que estava mais frágil do que as outras acabasse cedendo... Curiosamente o chão se destaca em forma de um quadrado caindo em um buraco que não aparentava ser fundo... Cerca de 2,5m. Com a iluminação da sala era possível ver o fundo e o cubo do chão que fora destacado jogado no buraco... Aparentemente ele se estendia um pouco mais para o lado da parede, mas não seria possível ver de fora.*

- MOTHERFUCKER!

*Exclamou Mikio com aquela sua cara locona ao ver o que tinha acontecido. Era realmente uma passagem secreta! Que tipo de milagre era aquele?! Não sabia explicar. Não tinha explicações. Queria entrar, mas estava um pouco inseguro por entrar sozinho... Bom. Talvez não mais, afinal, um mini-Lil' Cal estava de volta, sentado em seu ombro.*

- Vâmo fundo então. HONK HONK MOTHERFUCKER!

*E entrou no buraco sem dó nem piedade. Lá embaixo iria observar tudo à sua volta pra ter alguma ideia. E, caso algum caminho livre, seguiria pelo mesmo.*

*O buraco estava um pouco escuro então não era possível ver nitidamente do lado de fora, mas ao entrar, é perfeitamente visível uma porta localizada bem em baixo da parede, no alicerce da sala de detenção, ela possuía uma maçaneta redonda, era feita de madeira bem entalhada, com símbolos simples mas padronizados, ela seria linda se não estivesse aparentando estar velha e suja... Embora não houvesse nenhum arranhão aparente... A maçaneta tinha uma cor prateada e em volta da porta se encontrava o alicerce da sala em si, uma parede extremamente grossa, pronta para impedir qualquer delinquente de fugir dali... Como a brisa passou pela porta não era possível saber... Talvez realmente fosse um milagre, já que não havia brisa alguma agora.*

-Como que isso tá aqui? Cal, cê sabe de alguma coisa?

*E a marionete deu de ombros, fazendo um sinal negativo com a cabeça. Mikio olhou à sua volta e segurou a maçaneta, observando-a atentamente. Na verdade, até demais... Sinceramente, ele observou ela num nível desnecessário. Ela nem tinha tantos detalhes! Mas tudo parecia tão mágico. E era um milagre ter algum tipo de coisa ali! Mais ainda pelo fato da brisa, que após passar, cessou. Mikio, hesitante e excitan... Digo, brizado, resolveu girar a maçaneta e empurrar ou puxar a porta a fim de abrí-la de uma vez por todas.*

*Mikio gira a maçaneta e empurra a porta que está aparentemente trancada, já que nem se move, a mesma coisa ao puxar... O intrigante é que diferente de uma porta comum, não há o espaçamento ao empurrá-la para frente ou puxá-la... Está completamente estática, imóvel, não importa a força que fizesse ela simplesmente não se mexia... Depois de um pouco de vai e vem tentando abrir a porta pela maçaneta, uma rajada de vento sai do buraco da fechadura empurrando Mikio para longe... Como se a porta estivesse protestando a insistência do garoto...*

*Mikio foi jogado pela rajada de vento que de repente ficou mais forte. Ele estava contrariado e puto, não sabia como aquilo estava acontecendo. Por que diabos ela tava empurrando pra longe? Parecia que estava chamando e agora empurrava? Como assim?! Irritado e sem pensar muito, Mikio aproximou-se dela e assoprou de volta com toda força possível no mesmo lugar em que o vento veio: Da fechadura. Se era guerra que a porta queria, era uma guerra que ia ter. Pelo menos, era o que o garoto fantasiava.*

*Quando Mikio aproxima-se para assoprar o buraco a pressão da rajada produzida pela porta vai ao contrário, fazendo com que ela sugue o ar ao invés de expelir, fazendo com que a boca de Mikio ficasse presa no buraco da fechadura por uns 3 segundos, soltando-se logo em seguida.*

*Foi surpreendido pelo puxão da porta, que prendeu sua boca por um tempo. Seria aquilo... Um beijo?! Mikio corou e o mini Lil Cal colocou as mãos na boca, surpreso. Depois de soltar, Mikio observou a porta, coradinho com um tom roxo.*

- P... Porta-san... Você... Gosta de mim?

*E assim, encostou nela, sorrindo.*

- Não se preocupe... Você deve estar com problemas. O que você precisa, porta-san? Eu posso te ajudar!

*O vento passa de leve pela maçaneta quase formando um assovio... E depois, nada. Não é como se a porta fosse falar, afinal é uma porta... E se ela fosse, quem teria garantias de que ela realmente iria dizer que gosta do garoto...*

*A porta calou-se e apenas soltou uma espécie de suave assovio. Mikio então fez um pouco de carinho nela e prosseguiu.*

- Sh... Não se preocupe, porta-san... Está tudo bem.

*E assim, lenta e sensualmente, desceu a mão da porta até sua maçaneta, onde suavemente segurou-a e girou-a, tentando abrí-la de alguma forma. Usava movimentos leves e suaves, repetindo o ato de girar a maçaneta, puxar para frente e para trás e soltar várias vezes seguidas. Todos movimentos eram bem leves, não queria nada brusco para justamente não assustá-la, tadinha.*

*Mikio acariciava porta-san de forma tão agradável que talvez fosse possível sentir a energia vital dele fluindo por ali... Porta-san não resiste e acaba corando de leve... Com as carícias ela acaba corando de verdade... E então... Não, espera... Ela estava realmente quente! brilhando vermelho e quente, cada vez mais quente! Se Mikio continuasse a acariciando dessa forma, possivelmente acabaria com umas queimaduras de terceiro grau.*

*Depois de algumas carícias, Mikio sentiu a situação esquentar... Até demais. Talvez a porta realmente não se sentisse bem. Seria bom dar um tempo, no fim das contas. Sem muitas palavras, afastou-se, indo na direção em que veio. Claro, observando atentamente à sua volta em busca de algo ali. Nunca se sabe onde encontraria algum botão ou alguma ervinha abandonada dos antepassados.*

*Mikio observa as paredes cobertas de terra, a sala era apertadinha, não muito maior do que o buraco, mas era redonda, e o seu formato dava a impressão de ser uma vírgula de ponta cabeça com a porta cortando sua calda... Como a sala era de terra, nas paredes havia sim, gramíneas e umas folhagens, assim como no solo... Era estranhamente úmida a sala já que a iluminação era escassa e provavelmente também pela ajuda do zelador que lava a sala acima frequentemente, propiciando o crescimento de plantas específicas... Não era exatamente o que Mikio procurava, mas quem sabe solucionava seu "problema"... Além disso tinha a parte do chão que fora destacada e se encontrava no meio da sala no chão mesmo, esse quadrado era um pouco grosso e era possível ver uma trava de ferro nele que, se melhor examinado o local, seria possível perceber que dava para encaixar o solo no lugar de onde saiu. Em baixo de onde o chão tinha caído não havia nada.*

*O garoto se vê preso ali, sem muito o que fazer. Parecia que algo continuava pela porta, mas ela não abria de jeito nenhum. Devia estar envergonhada... Não tinha o que fazer. De qualquer modo, aquela era sua sala secreta a partir de agora. Mikio se sentia o rei do underground. Podia até colocar aqueles óculos de hipster enquanto escutava alguma banda bem underground como uma que agora mesmo eu não consigo me lembrar o nome de tão underground. Mas hipsters gostam de ervinhas? Claro que sim. Mas não ia fumar agora. Queria se sentir... Rei. Então colocou um galho com duas folhinhas na ponta e fez uma cara séria. De b0ss. Cruzando os braços, claro. Assim começou a explorar todo o teto cuidadosamente, assim como o chão. Talvez as paredes? É, talvez. Quem sabe não encontraria alguns rastros? Ou... Mais grama. Ou porra nenhuma. OU QUEM SABE UM MILAGRE?!*

*A sala fechava até o buraco de forma oval, não tendo um teto em específico, como se a terra tivesse sido mal cavada dali mesmo*

*Rio entrou na sala de detenção usando suas garras impecáveis para abrir a fechadura que só abria por fora, fechando a porta logo depois e sentindo o cheiro de problemas. Ela não encontrava ninguém nem nada na sala, a não ser um buraco na parede mais ao fundo que parecia ser um tipo de passagem secreta, com o cheiro de alguma pessoa problemática vindo dali de dentro. Rio foi se aproximando, agora curiosa, mas ainda lambendo os beiços de levinho. Ao chegar no túnel, adentrou de leve e, mesmo naquele escuro e com olhos tampados, ela conseguiu "ver" perfeitamente Mikio examinando uma possível passagem subterrânea que parecia estar trancada por fora.*

-Isso aqui é algum tipo de pote de ouro, garoto? Apesar de eu só sentir cheiro de terra e de sangue.

*Estava sentado perto da porta quando sentiu alguém entrar na sala. O som da porta era bem audível, principalmente porque ela tinha praticamente estourado a fechadura. Virou-se para onde a garota estava, dentro do buraco agora. Ele coçou a nuca, suspirando pesado. Estava um pouco mal humorado, afinal, o efeito de suas drogas estava passando. Então, por fim, pôs as mãos nos bolsos e mexeu o pescoço, estalando-o algumas vezes.*

- Pff. Quem dera. Isso aqui não é nada... É só uma porta tarada e besta. Baka porta-san! =-=

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