Sala de Detenção

Relembrando a primeira mensagem :

-Sala onde são cuidados os alunos que não respeitam as regras, causam confusões ou merecem punição.
-Esta punição deverá ser dada por alguém que tenha direito a isso, como algum professor, diretor, coordenador ou membro do conselho.

-E o que você está fazendo aqui, dentro da sala de detenção brigando com uma porta que não abre?

*Rio parecia estar gostando de "provocar" de levinho qualquer conversa errada. Não conhecia Mikio, mas para ele estar na detenção não devia ser flor que se cheire. Apesar de que, se você triturar uma flor a pó, é capaz dele querer cheirar tudinho. Rio começou a se afastar, saindo daquele corredor e voltando para a sala propriamente dita. Ela não gosta de lugares apertados que atrapalhem seus movimentos.*

- Sei lá! Cheguei aqui por umas coisas lá na sala, aqui tentei abrir a porta, vai que com um pouco de carinho abria, mas ela não.

*E deu de ombros, frustrado ao lembrar-se daquilo e de quanto tempo estava ali. Conforme a garota virou-se para sair, Mikio observou-a. Era realmente muito atraente. Seu corpo era modelado por ousadas curvas, o que despertavam fortemente o interesse do rapaz. Apesar de esquisito e drogado, era um garoto, no fim das contas. Após ela, ele saiu também, não se esquecendo de tapar aquele buraco para que não causasse problemas. Então virou-se para ela, um pouco sério.*

- E o que você faz aqui?

-Eu? Huhu.

*Os olhos de Rio são vendados por um motivo. Ela não vê exatamente como olhos normais, mas usando os outros sentidos - o que inclui o "sexto" sentido também, se é que me entende - ela conseguia ver muito mais do que um olhar comum. Seu olfato, sua audição, seu tato e seu paladar eram muito mais apurados que o de qualquer um graças àquele treinamento cego, e ela conseguia até mesmo entender o que se passava na cabeça das pessoas ao seu redor apenas com essa sua intuição exagerada. Claro, não é como se ela lesse pensamentos, mas entendia de forma rústica que tipo de coisas se passavam não exatamente na mente, mas no coração também daqueles à sua volta, principalmente quando ela se concentrava em uma pessoa em específico.*

-Senti um cheiro interessante através daquela porta. Cheiro de problema. Afinal de contas se você fosse certinho não estaria aqui, acredito.

- Cheiro? Você não é só uma ceguinha, então. Não é... Cal?

*E riu ironicamente, cruzando os braços, conforme uma marionete surgia no seu ombro, sentada e sorrindo.*

Spoiler:

*Mikio, a cada segundo, sentia-se diferente. Longe de suas drogas e fora do efeito forte da sua Sopor Slime, ele agora estava mais "normal". Estava sendo o verdadeiro Mikio que raramente era de fato. A mulher era bem interessante em vários sentido, e cada vez mais o umbra se interessava em saber quais eram os interesses dela. Assim, o garoto aumentou seu sorriso e suspirou. Sua voz estava diferente. Não tinha mais seu tom inocente. Não era mais suave nem bonzinho. Estava um pouco mais grave e rasgada.*

- E... Por que fareja problemas, cadelinha? Não seria perigoso demais?

-"Só uma ceguinha", "cadelinha"... Você é um maldito de um corajoso por falar desse jeito, não é?

*Rio sentava-se sobre uma mesa - não, não se sentava na cadeira, mas sobre a mesa mesmo - de uma das carteiras que tinha dentro daquela sala grande. Cruzou as pernas, jogando a direita por cima da esquerda, obviamente tomando cuidado para que não aparecesse nada demais. Apoiou-se nas suas mãos, jogando seu corpo levemente para trás. Era curioso que apesar de estar com as vendas nos olhos, a cabeça dela se movia exatamente para onde Mikio ia, como se ela conseguisse vê-lo mesmo. Inclusive deu uma leve virada para o ombro dele quando a marionete surgiu. Ela conseguia ver até mesmo estes pequenos detalhes.*

-Eu não costumo ver perigo nas coisas. Pelo que estou acostumada, as coisas costumam ver perigo em mim, então tanto faz. Digamos que fiquei curiosa pra saber quem seria o menininho revoltadinho que veio parar na Detenção na primeira semana.

- Se eu não fosse, não estaria aqui.

*E soltou um "heh". Continou de braços cruzados e com seu sorriso. Seu olhar, apesar de um pouco "peixe-morto" como antes, era um pouco mais intenso. Mais sério. Possuía um certo brilho maléfico que era da própria natureza do garoto, algo não muito controlado. A marionete mantinha seu olhar vidrado na garota, assim como Mikio no momento em que ela se senta e cruza as pernas. Arqueou a sombrancelha direita ao observar, mas nada além disso. Conforme a resposta dela, tombou a cabeça levemente para o lado direito, assim como a marionete repetiu o mesmo movimento.*

- Oh... Veja bem, eu não sou... Revoltadinho. Apenas tentei ajudar minha turma! - *E deu de ombros, aumentando mais o sorriso.* - Mas eles não me entendem. Não entendem minha realidade. Seria tão bom se todos pudessem entender esse milagre!

*E finalizou rindo um pouco. Sua risada era um tanto descontrolada.*

*Rio sorri. Sim, aquela criatura com aparência tão esquisitona, sombria e até um bocado maléfica sorri, e não é um sorriso cínico ou irônico como os que ela dava de vez em quando. Era um sorriso de quem achara graça, como se estivesse se divertindo com aquilo que o menino falava. Não fazia sentido, e é por isso que era engraçado. "Milagre?", perguntava ela em sua cabeça. Se essas coisas existissem, ela não precisaria ter caído na escuridão que sua vida se tornou.*

-Milagres não existem, e você sabe disso.

- Existem! Mas meros plebeus não conseguem perceber isso.

*E suspirou, fitando sua marionete com um sorriso maior ainda.*

- Não é, Cal?

*E, com aquele olho vidrado, a marionete começou a bater a boca, rindo. Porém, não apenas a batia como emitia uma risada um tanto... Insana. Não parecia ser uma gravação. Subitamente ela para e Mikio, ao mesmo tempo, vira seu rosto para Rio mantendo seu sorriso enquanto aproxima-se dois passos em direção à mesma.*

- Mas, me diga... Qual seu nome?

-Que falta de educação, senhor detento.

*Rio não diz seu nome a princípio, usando a educação como uma desculpa para aquilo. Ela também estava curiosa para saber quem diabos era aquele garoto insano, e já conseguia até entender um pouco alguma possibilidade de motivo que possa tê-lo trazido à detenção. A risada da marionete fora bizarra, mas Rio mantivera a mesma expressão, sem mudar ou mover um músculo, comos e aquilo não fosse assustador o suficiente. De fato, a garota crescera no meio de um verdadeiro filme de terror, sendo ela provavelmente a vilã que vencera no final da maior parte deles. Aquela mera risada não era nada perto dos pesadelos que ela sempre tinha, das vozes que ela aprendeu a parar de ouvir, dos gritos que ela abafava com a própria respiração em sua mente, ou, para ser mais levinho, dos thrillers que ela tinha costume de ler todas as noites.*

-Você tem que se apresentar primeiro... Nunca te ensinaram isso?

- Pftch... Que impertinente.

*E desfez o sorriso, fazendo uma expressão de "mas que caralho ein? puta que pariu viu". Por fim suspirou e apontou para si mesmo com o dedo indicador, sem tirar os olhos dela.*

- Eu sou...Mikio. Ootsuka Mikio - *E apontou para a marionete.* - Esse é Cal. Também conhecido como Lil' Cal.

*E então refez o sorriso, mas mais simples, e apontou para a garota. Seu braço, porém, em nenhum momento tinha se distanciado. Se mantinha grudada ao corpo e a mão estava aproximadamente no peito.*

- E, então, você seria...?

-Shikyouji Rio.

*Pronto, agora sim ela se apresentara. Não era nenhuma provocação, não era nenhuma zoeira, ela simplesmente queria que ele se apresentasse também. É bom saber o nome das pessoas daquela academia, das pessoas que um dia talvez tenham seu sangue derramado pelas mãos de uma certa menina-lobo. Ainda com o mesmo sorriso e na mesma posição, Rio deu uma leve mexida de cabeça para o lado, jogando uma mecha de cabelo que havia caído sobre o rosto para trás novamente. De repente, depois de alguns segundos silenciosa, seu sorriso foi se esvaindo. Afinal, aquele garoto estava ficando menos e menos divertido a cada minuto que se passava.*

-O que foi? Estou sentindo um cheiro diferente vindo de você. Não está se sentindo bem?

- Desculpa, talvez eu esteja meio mal da barriga. Sopor slime mexe com os gases. - *E deu de ombros, exibindo um sorriso. Não era tão louco, mas era um pouco divertido. Também deixou uma pequena risadinha escapar. Então apontou para ela novamente.* - A não ser que seu nariz esteja com problema e foi você.

*E arqueou as sombrancelhas, naquela expressão de "Iiiiiih....". Depois disso, apenas colocou as mãos nos bolsos e voltou a fitá-la dos pés à cabeça. Ela era bem misteriosa - e muito gostosa, Mikio não tinha como evitar esse tipo de pensamento. Estava sóbrio e seus pensamentos mais sombrios surgiam nesse momento. Imaginava, entre muitas outras coisas, o que aquela garota planejava. O que ela queria? O garoto era um drogado e maluco, mas conseguia ser esperto.*

-Deinitivamente não foi esse tipo de cheiro que eu senti, Ootsuka-kun.

*Então ela finalmente levanta-se de onde estava sentada, ficando de pé com o corpo totalmente ereto em uma postura perfeita, voltando ao sorriso de antes, que agora sim estava cheio de cinismo por trás, embora não desse pra perceber tanto assim por causa das vendas em seus olhos. Ela por um lado estava decepcionada, mas por outro estava satisfeita. Afinal de contas, fora lá com um propósito diferente, mas talvez ela deixe o garoto ir. Ele já não parecia estar muito bem, convenhamos.*

-Que triste. Vim aqui pensando em descontar minha raiva em algum badernista qualquer, mas acho que minha raiva passou. Você é engraçado, garoto. Já pensou em ser comediante? A marionete seria um belo parceiro de palco.

- Pensei, pensei, mas... Eu não ia deixar a plateia sair intacta do show. Se apenas saíssem, seria um verdadeiro milagre... Keheheheheh...

*Riu, observando o teto e imaginando a cena. Mikio, o palhaço de sangue alto... Malabarismos aqui, malabarismos ali... Ops! Um dos malabares escapou e bateu na cabeça de alguém da plateia. Ops! Outro escapou e quebrou o braço de um. Arrancou a perna de outro. Uma cabeça rolando aqui, outra quicando acolá... Não seria uma cena linda? Tanto sangue pra ser derramado, tanto sangue pra ser pintado! Uma verdadeira obra de arte, o ápice de seu ato como palhaço... A arte final, feita com o sangue de seus convidados impuros... Tão belo, tão macabro! Mikio sentia arrepios de empolgação só de pensar nisso. Por fim, voltou seu olhar para ela, agora sério. Não tinha mais nenhuma marionete ali.*

- Você se enganou... Eu não sou um badernista. Muito menos um qualquer. Já você parece ser apenas... Uma cadelinha que fareja confusões. Não esperava menos, pra ser honesto... Keheh... - *E abriu um sorriso debochado. Sua voz estava bem grave e levemente rasgada. Agora era oficial: Mikio estava sóbrio.*

*Shikyouji riu. Não, ela não sorriu, mas ela riu mesmo, de dar uma gargalhada. Claro, não era uma gargalhada insana como a de Mikio, e nem alta ou estridente. Era até que bem educada na verdade, por incrível que pareça a garota era muito educada e tinha muita etiqueta na maior parte do tempo. As palavras de Mikio realmente não eram doces, muito pelo contrário. Mas aquilo de fato era divertido. E agora, além de estar satisfeita com a diversão que lhe fora proporcionada, Rio tinha sua raiva voltando aos poucos. A missão dela era controlar essa raiva dentro da academia, não era? Ok, podemos dizer que a missão está completa. Ela não agiu até agora por puro autocontrole. O que ela faz com esse autocontrole agora que ela já o tem, entretanto, são outros quinhentos.*

-Você fala demais pra um palhacinho que é pego assim tão facilmente! Eu pensei em simplesmente te agradecer pela diversão e te livrar daqui, porque pelo jeito te esqueceram trancado nessa sala... Mas acho que se eu fizer isso não vou me satisfazer, mesmo.

- Eu te agradeço! Obrigado por me liberar.

*E fez uma leve reverência, dando um passo em direção à porta. Porém, logo virou-se, prestando atenção e raciocinando o que ela tinha dito. Abriu um sorriso largo e arqueou uma das sombrancelhas virando-se para Rio novamente.*

- Satisfazer? Puxa vida... - *E riu um pouco, criando um sorriso largo e irônico nos lábios.* - Digamos... "Formosa" do jeito que é e está na seca? Deve ser muito detestável, Rio! HEH!!

-Típico de garotos, só pensam com a "cabeça de baixo".

*Rio voltou a dar aquela risada educada, mas divertida que tinha soltado anteriormente. Apenas virou-se, acompanhando com o corpo e com o "olhar" todos os movimentos que Mikio fazia por aquela sala, não parecendo estar intimidada por absolutamente nada, nem mesmo por aquela aura totalmente sombria que emanava dele até mesmo sem querer.*

-Precisa de algo um pouquinho diferente disso pra me satisfazer, palhacinho.

*Eeeeeee o novo apelido de Mikio, para Rio, já estava definido.*

*Fez uma reverência como se despedisse, com o sorrisinho nos lábios.*

- Desculpe, mas o circo fechou.

*E assim, foi até a porta, virando-se para ela. Levantou um pouco a cabeça e fitou-a com um olhar soberbo, com um sorriso mais largo ainda.*

- Mas... Poxa. Quem sabe a gente não se encontre? Talvez não me veja assim... Mas na hora certa... Heh... Heheh.... HEHEHEHEH.... HAHAHAHAHAHAHAHAHA!! - *Começou a rir, imaginando novamente a cena de seu circo sombrio. Aos poucos foi parando e fitou-a novamente com um sorriso enorme e um olhar completamente descontrolado.* - O circo estará de portas abertas!

-Vou te contar a verdade: eu odeio circos.

*Rio então surge, simplesmente SURGE ao lado de Mikio, do lado da porta da sala, segurando-a com a mão, como se tentasse evitar que o garoto abrisse-a para sair. Como ela tinha ido parar ali!? Sem fazer barulho, sem parecer mover seu corpo, como um verdadeiro fantasma, como se fosse uma sombra se movendo... Como!? Uma pessoa normal de coração fraco provavelmente teria quase que um ataque do coração de susto com aquilo, ainda mais porque, ao aparecer ali, ela fez questão de terminar sua frase com um tom sussurrante, tenebroso, baixo porém audível, como se cada frequência daquela voz fosse entrando bem fundo nas orelhas de Mikio, vagarosamente, fazendo-as tremer.*

-E eu sempre tive vontade de trucidar todos os palhaços que vi na minha vida.

- Mas que pena!

*Exclamou, dando de ombros, fazendo uma espécie de ":I" com sua expressão facial, no qual o off aqui não saberia como descrevê-la direito. Ou talvez ele esteja um pouco cansado pra tentar fazê-lo. Enfim, Mikio deu dois passos para trás e permaneceu observando-a. De fato, a aproximação repentina misteriosa e o modo como ela falava impressionaram Mikio. Ela não era comum, e ele estava tão acostumado com humanos. Frágeis, fracos, medrosos... Era a primeira pessoa interessante, além da diretora(que ele nem se lembrava direito) que conhecia! Aquilo causou um certo arrepio nele, que fez com que se sentisse com mais vontade de seguir ali. Não queria sair, não sentia medo... Estava curioso, empolgado! Nunca antes tinha lidado com alguém não-humano além de seus pais, claro.*

- Sabe... Já me falaram isso. Mas querer não é sempre poder... Heh... Sempre acontecia o contrário... Huh... Huhuhuhuh... - *E riu de leve, um pouco descontrolado. Visivelmente era uma risada totalmente involuntária e instintiva e por isso saía um pouco abafada e descontrolada.*

-Ah é?

*Quando essa fala terminou, Rio não estava mais ao lado de Mikio, mas estava no lugar inicial, ao lado da carteira na qual mais cedo ela estava sentada sobre, de braços cruzados, como se não tivesse se movido em momento algum. Sinceramente, se EU estivesse nessa cena, eu já teria me rendido ao fato de fazer parte de uma história de terror, mas enfim. Não tô dizendo que é assim que todos se sentem, mas eu também estou cansada pra fazer algumas descrições e essa foi a melhor comparação pra deixar claro como é a sensação de estar conversando com Rio em uma situação dessas. Desculpe por ser falha em muitos momentos.*

-O que você acha que aconteceria se tentássemos reproduzir isso agora?

*Novamente, ela surgiu lá sentada na mesa. Mikio ficou com uma cara... Wtf?! Mas tudo bem. Ele não estava acostumado com aquilo, mas achava interessante. Muito interessante. Manteve o sorriso e deu de ombros novamente, observando o teto conforme contemplava sua imaginação.*

- A sala ficaria reconhecível... Quebrada, colorida com sangue... Seria incrível! HAHA! Mas, infelizmente... - *E fitou-a, um pouco mais sério.* - Isso me causaria problemas. Não posso ser expulso... O show tem que continuar. E, no fim de tudo, quero participar do espetáculo macabro que aqui acontecerá! Dá pra sentir no ar... Dá pra sentir! Você não sente? - *E foi aumentando seu sorriso novamente. Aquela ideia o empolgava demais.* - Pode demorar... Mas tudo vai ser lindo! O caos... A destruição... O desespero! Heh... Heheheh.... Hah! HAHAHAHA! Me dá arrepios só de imaginar... Meros plebeus podem não entender a beleza... Mas você... Você entende e pode ver isso... Não é... Rio?

-Não.

*Rio adora o sangue, adora coisas macabras. Os gritos de clemência são música para os seus ouvidos, e as canções mais doces são aquelas que vem junto com urros de desespero. Mas ela faz isso segundo a sua própria "justiça". O que na infância era um ímpeto cruel sem escrúpulos, foi treinado posteriormente para uma arte de assassinato sombrio, mas que apenas o fazia para completar objetivos, uma assassina contratada. "Matar é bom, então vamos fazer disso uma profissão". Ela tinha completa consciência que a carnificina sem motivos era apenas deficiência mental de alguém que não consegue diferenciar necessidade e desejo. Você não colocou as pessoas no mundo para tirá-las com suas mãos. A menos que ela dê um motivo... Que não seja "ser interessante ver morrendo".*

-Mas estou com vontade de te ensinar algumas coisas sobre isso.

*Aquele "Não" broxou totalmente Mikio. Antes achava que talvez ela tivesse o mesmo espírito ~~retardado~~ nobre que ele tinha, mas agora, estava decepcionado. Desfez seus sorrisos e ficou sério, olhando-a.*

- É. Você é uma plebeia mesmo. Não tem jeito.

*Mas ficou curioso quando ela disse que tinha algo a ensinar. Arqueou uma das sobrancelhas e aproximou-se um pouco mais, com as mãos nos bolsos agora. Mantinha-se sério e o rosto exibindo uma expressão de certo desgosto.*

- Que tipo de coisas?

*Rio se aproveitou que Mikio se aproximava, mesmo que lentamente, e sumiu mais uma vez, voltando a surgir ao lado dele como uma sombra, sem fazer esforço, parecendo novamente uma cena de um filme de terror, daquelas que dá bastante susto em quem assiste... Imagine em quem a protagoniza. Rio então envolvia o pescoço de Mikio com sua mão direita, enquanto suas unhas ficavam afiadas graças às garras de Lobo que ela fazia surgir lentamente, apertando e dando leves espetadas com tais unhas na pele do pescoço do garoto. Em seu rosto, um sorriso voltava a se expor, mas desta vez um pouquinho mais doentio, como se sentisse divertimento e prazer em tentar ferir o rapaz.*

-Que não adianta gostar de ver o circo pegar fogo... Ele vai ser muito mais bonito queimando se ele der um motivo pra você lhe incinerar.

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