-Quarto 370

Relembrando a primeira mensagem :

Este quarto está registrado no nome de Tatsue Yoko.

- Yukiko... É um belo nome...
* Uma curandeira... Talvez isso fosse algo que a agradaria um pouco para o futuro. Estudar medicina, tanto mágica quanto humana, trabalhar isso e ajudar as pessoas a agradaria muito. Mas, não. Não para Keiko. Além de não poder deixar sua verdadeira personalidade aparecer gritantemente, isso poderia atrapalhar seus planos de vingança, pois não teria mais dano e sim, cura. Bom, isso não importa por agora. *
- Acredite, Katsumi, eu já estou bem melhor. Um garoto cuidou de mim e me disse que até amanhã eu estaria bem. Confio nele.
* Abria um pequeno sorriso para Katsumi. Pequeno e... estranho. Estava tão desacostumada a sorrir que saiu de um jeito meio torto, estranho, mas antes que pudesse ver a estranheza que estava fazendo, Keiko olhou para o lado e viu Yoko tomando seu chazinho misterioso, fazendo aquela feição séria e bem forçada de antes, e isso não aguentara. Levava a mão destra para os lábios e os tampava, tentando não rir disso. *

* Continuava bebendo seu chazinho, like a lady, até que refletiu sobre a antiga frase de Naoyuki reprimindo-a sobre seu apelido que dera a ele com tanto carinho. Ah não ~~o brinquedo não~~, ele não fizera isso. Apertava a xícara com a própria mão, com um tequin de força só, e o quebrara em pedacinhos, espalhando chá pela mesa toda, incluindo a comida que sobrava. Abria um sorriso macabro, e assim, se levantava, passando a encarar Naoyuki. Sua feição era sombria, assustadora e tremendamente intimidadora, podendo intimidar até mesmo a pessoa mais malvada do mundo inteiro, fora que seu óculos estava refletindo alguma luz que vinha de algum lugar, deixando-a ainda pior. Tirava de algum bolso em sua roupa seu Bo, e já o fazia ficar no maior tamanho que conseguia, duas vezes maior que a mesinha. Apertava-o fortemente, segurando-o exatamente no meio. Dava alguns passos até Naoyuki e assim se curvava na frente do mesmo, deixando seu rosto quase colado ao dele e seu Bo posicionado sobre as próprias costas, com o braço que está a segurar o mesmo posicionado atrás de seu corpo. *

- Robô-sensei é o apelido que eu te dei... e ele vai continuar. * Dizia com uma voz sombria e macabra, quase impossível de reconhecer a voz meiga natural de Yoko. *

* Após dizer isso, ouvia a preocupação de Katsumi, e assim, virava-se para a mesma e abria um largo e meigo sorriso de sempre, e já tratava de guardar seu Bo novamente. Se sentava no chão aonde estava antes, e assim, pegava outro chá de algum outro lugar misterioso. *

- Aaaaaah que isso, Kat-chan! Não tenho amigos desde os meus 16/17 anos. Isso aqui tá sendo muito agradável.

*Ok, ok. Por mais que falara sem intenção alguma, isso poderia deixar o clima meio pesado, pois... mesmo dizendo meigamente e felizmente como sempre, isso era triste. *

* Mas o que era aquela reação estranha e assustadora de Yoko? Por algum motivo, ao ver que a professora tinha feito tal coisa, ele simplesmente ficou parado, a encarando com os olhos ainda mais estranhos que o normal. Aqueles olhos ~~já estavam fazendo falta no baile do Pistão~~, olhos amarelos que Naoyuki tinham, agora fitavam os olhos (ou o que dava pra ver deles, devido a luz) de Yoko, até a mesma tomar aquela pose, agora falando com Katsumi. Aquela cena tinha sido totalmente estranha, tanto para o pessoal na mesa que olhava Yoko de um jeito meio "wtf" quanto para Naoyuki, que somente jogou o mesmo joguinho de Yoko, apesar de estar tentando fortemente não dar risada ou ficar com cara meio que de "wtf essa mulé tafase no", então ele simplesmente ficou parado, agora passando a olhar Yoko tranquilamente, seguindo o sorriso dela. Ao ver que ela estava fitando Katsumi, Naoyuki fazia o mesmo, passando a olhar a ruiva com o mesmo sorriso. Pareciam realmente dois professores retardados, desde que entrou na academia, Naoyuki já não era mais o mesmo. Muito tinha mudado nele, ele parecia realmente mais feliz, mas nunca parou de estar alerta à qualquer pista que o levasse ao assassino. Mas... era bom, pois por um lado, conseguia esquecer essas coisas quando estava com Keiko, ou com seus novos colegas. *

* "..." E foi o que a ruiva conseguia fazer. Ficou estática olhando tanto para Yoko quanto para Naoyuki, e mesmo assim, ela não perdia a pose que tinha. Apenas ficou um teco corada, até o ponto de já não conseguir mais olhar para eles, fazendo-a abaixar o rosto e olhar para o chão. Talvez a ruiva tinha ficado com um teco de medo sobre o que Yoko realmente era, até... ouvir as palavras da professora, agora direcionadas à ela. É, realmente, era só o jeito besta e idiota de Yoko. Quando ouvia as palavras da professora, Katsumi simplesmente levantou o rosto mais rápido que um interruptor acendendo uma luz, e começou a olhar Yoko com um rosto sério, este, corado como nunca, pelo fato de ainda achar que Yoko estava falando realmente sério com Naoyuki, senão... estivesse mesmo falando sério com ele. Aquilo com certeza tinha a assustado. *

- V-Você pode até estar adorando, mas a-aposto que você queira um descanso agora, Yoko-sensei...

* wtf aconteceu alí. Yoko não tem cara de bipolar, mas... talvez seja. Bom, não importa. Estava tudo bem, ninguém bateu em ninguém e a paz reinava sobre o local que estavam, assim, sem mais delongas, Keiko passou a segurar a cadeira de rodas e ir até a porta. *
- Gomen, pessoas. Eu preciso de um pouco de ar... Vamos, amor?

- Não se preocupe, gente. Está tudo bem, não são incômodos. Por favor, fiquem aq--

*Antes que pudesse responder, Yoko tombava para o lado e começava a dormir num sono profundo. O fato de ter amigos novos a animou de um jeito indescritível, a ponto de não querer dormir nunca mais só para ficar com eles. Mas, né. O sono venceu. *

- Hai!

* E assim, Naoyuki rapidamente se levantou, e quando ia virar para se despedir das duas, percebia que Katsumi ainda estava quietinha e meio envergonhada, mas Yoko... tinha tombado para o lado. Assim, soltou uma leve risadinha, se aproximando um teco da porta. Ali, a abriu e segurou a cadeira de Keiko, lentamente saindo do quarto, enquanto falava. *

- Katsumi-chan, vai ficar por aqui?

- Daijoubu, Naoyuki-sensei. Vou cobrir Yoko-sensei e ver o que eu faço. Só não vou deixá-la dormir assim.

* E assim, via Naoyuki saindo do quarto e com cuidado, fechando a porta, levando Keiko. Katsumi logo se levantou, ajeitando sua roupa e ajeitando seu longo cabelo. Logo, ficou na frente de Yoko, que estava ali, quase babando já. Logo, ela segurou com muito cuidado a professora, em seus próprios ombros. A colocava em cima da cama, e com ela deitada, rapidamente procurava um edredom, que usara para cobrir a professora, sem acordá-la. Lentamente saía do quarto, vendo se conseguia acompanhar os dois, isso se os dois quisessem a companhia da ruiva. Se direcionou aos Corredores dos Dormitórios.

* E ai, do nada, a morena acabava acordando. WTF. Já estava de noite? E por que dormiu nessa posição? É, deveria estar bem cansada, mesmo. Levantou-se, pegou os pratos, panelas e talheres e colocou-os sobre uma outra mesinha no quarto, para que lavasse no banheiro quando voltasse. Agora, de pé, a peituda arrumava suas vestes e seu cabelo, ficando perfeitamente linda como antes. E, como estava sozinha, queria o mais rápido possível de companhia. Assim, sem delongas, correu para a biblioteca a procura de qualquer um. *

* Agora em seu quarto, Yoko soltava o professor e suspirava profundamente por ter arrumado a bagunça antes de sair. Imagina que estranho seria para o professor ver o quarto todo cheio de comidas, sucos e afins? Ok, ok. Se dirigia até a parte onde guardou seus alimentos, pegando alguns vegetais e legumes para fazer uma salada bem caprichada, enquanto já tratou de colocar um tantão de arroz para cozinhar na panela de arroz. *

- Sente-se por favor, Pedreiro-sensei.

* Logo após da formalidade, Yoko fora em direção ao banheiro com uma muda de roupas. Tirou todas as suas roupas, colocando uma calcinha branca e uma camisola extremamente curta e decotada, de dormir mesmo, mas nada que chegasse ao ponto de indecente. Tal camisola deixava seu corpo extremamente atraente, mostrando cada curva da morena sensual. Voltava para o quarto e assim, sorria para o professor. Não estava sem graça por isso, imaginava que o professor era inocente como ela. *

- Pedreiro-sensei, gosta de alguma carne em especial?

*Ok, estava no quarto da professora. Era organizadinho e bonitinho. Yoko parecia feliz por estar cozinhando para alguém então, resolveu relaxar também.*

- Ok, obrigado.

*Se sentou em uma das cadeiras da mesa da cozinha e ficou olhando ela preparar as coisas. Yoko era rápida para pegar e preparar os ingredientes, o que significava que ela realmente gostava de fazer isso.*

- Quer ajuda em alguma coisa?

*Frank cozinhava até, mas por ser algo necessário de se aprender quando se mora sozinho, mas não era lá aquelas coisas e só fazia coisas simples. Mas não custava perguntar, certo? Ele gostava de ser útil em qualquer coisa. Ela logo pega algumas roupas e vai para o banheiro. Frank imaginava que ela iria vestir algo mais confortável apenas, mas quando ele a viu com aquela camisolinha ficou mudo. Ela já era atraente nas roupas que usava durante o dia, agora essa camisola simplesmente mostrava todas as curvas que aquele corpão dela tinha. Não tinha como, ele olhou MESMO, ela estava MUITO tentadora assim. Mas se segurou pois algum sinalzinho de vida seu auto controle e raciocínio ainda davam. Por mais vontade que tivesse não iria fazer nada a não ser olhar, isso ele não deixaria de fazer xD. Então ele chacoalhou a cabeça de um lado pro outro, pra tentar dispersar um pouco esses pensamentos "impuros" que invadiram sua mente, e tentou voltar ao assunto da cozinha.*

- Er... então... quer ajuda em alguma coisa?

- P-Pedreiro-sensei... Tá tudo bem?

* Via aquele chacoalho que ele dava com a cabeça, ele estava passando mal? Tinha algum bichinho que estava o incomodando? Bom, pela ultima frase ele parecia estar bem, mesmo que parecendo estar um teco sem graça. Yoko é inocente demais, coitadinha. Logo tratou de ir para a cozinha e colocou algumas linguiças e carnes para fritar na panela elétrica de misturas. Olhava o tempo todo para o arroz, para ver se algo aconteceu, e logo começou a preparar as saladas. Fez várias saladas, com verduras e legumes diferentes em cada, num total de 5, numa belíssima quantidade, ainda a esperar as coisas ficarem prontas. *

- Você não disse algo das carnes, então eu coloquei várias... E... E-eu não tenho nada para beber, me desculpe.

* Ficava bem tristezinha por não ter nada líquido para oferecer ao professor, nem ao menos uma cervejinha. Pegava uma das cadeiras e se sentava ao lado de onde estava as coisas que estava cozinhando, sentando-se lá e mantendo-se de pernas cruzadas, enquanto esperava as coisas ficarem prontas. *

- Ah, sim, estou bem. Não se preocupe, Panda-san, eu como de tudo. Er... lá no meu quarto tenho um pouco de chá... se quiser faço pra você depois do jantar.

*Frank tentava se fixar no rosto da professora, mas vez ou outra seu olhar dava uma escapada para o corpo dela. Inevitável, principalmente depois que ela sentou tão pertinho. Mas agora a comida que ela tinha colocado na panela começava cheirar gostoso, o que aguçou seu olfato apurado e o fez lembrar da fome que estava sentindo. Seu estômago deu uma bela roncada e na mesma hora ele levou as mão na barriga e ficou todo vermelho de vergonha.*

- De-desculpa por isso! Sua comida ta cheirando tão gostoso.

- E-eu... Eu ficaria muito feliz...

* Era um pouco constrangedor ter chamado o professor para comer com ela e não ter nada para beber, nem ao menos algo alcoólico, nadinha, mas aparentemente o professor não se importava muito com isso, afinal, Yoko chegou hoje na academia. Levantava a tampa para girar a carne e exatamente no momento, ouvia o barulho do estomago do professor roncando, e assim, automaticamente, começava a gargalhar. Ele tinha ficado super sem graça, e isso a fazia rir mais ainda, a ponto de ter que tampar sua própria boca para parar. Logo terminava de fazer o que tinha que fazer, colocando a panela de arroz em cima da mesa e as carnes em um prato enorme, e cada salada num "pote" diferente. Pegava pratos, talheres e hashis, colocando-os na mesa também. Yoko comia no estilo ocidental, e assim, colocou algumas carnes, saladas e arroz em um prato e já tratou de começar a comer com talheres, sem agradecer pela comida. *

- Espero que goste, e tem que se alimentar melhor, pedreiro-sensei. Se possível eu gostaria de acompanhar suas alimentações, porque com isso não se brinca.

*Observou as gargalhadas de Yoko e acabou rindo junto com ela. A moça realmente era uma pessoa divertida, era uma companhia agradável. No fim foi bom ir jantar com ela. E falando em jantar, parecia que estava pronto e estava tudo com uma cara e cheiro ótimos. E, mas um detalhe, Talheres?! Uma surpresa ver isso na mesa, considerando que já tinha alguns anos que estava no Japão e sabia que não era comum por ali.*

- Nossa, não vou comer com hashi hoje! Sentia falta de talheres, haha!

*Frank também não perdeu tempo, se serviu com um pouco de tudo que tinha na mesa, fazendo um prato digno de um pedreiro, só dando ainda mais razão para o apelido que Yoko lhe dera. E usando os talheres dessa vez. Ouviu então ela se preocupando com sua alimentação e realmente, ultimamente ele não estava comendo direito. Devia se cuidar melhor ou acabaria doente.*

- Tem razão, Panda-san. Ultimamente tenho me descuidado um pouco mesmo. Seria bom se me acompanhasse, poderia me cobrar e também seria uma boa companhia. Preciso também voltar a fazer exercícios, desde que cheguei na academia não tive tempo de treinar como eu fazia antes. Se quiser, está convidada a me acompanhar com isso também.

* Via o quanto colocava de comida no prato, e isso só fazia Yoko ri mais e mais sobre isso tudo. É, ele é um verdadeiro pedreiro, e isso era muito divertido. Ficava rindo e rindo, até começar a comer as coisas que colocou no prato, lentamente, como uma verdadeira dama. É, a comida estava realmente boa, Yoko era ótima em comida e se orgulhava muito disso. *

- Pedreiro-san é um pedreiro mesmo, olhe isso!

* E assim, ria mais um pouquinho. Estava só brincando com ele, mas ainda sim, o prato era gigantesco. Parou por um momento de comer, e assim, ficava somente o fitando por ali, comendo de talheres todo bobo. Os olhos e cabelo dele realmente o faziam parecer do ocidente. Yoko era chinesa, talvez só japoneses legítimos pudesses ter ideia de que seu olho era mais puxado que o normal, então resolvera ficar calada sobre si. *

- Conte-me mais de você, Pedreiro-san. Quero te conhecer. E, sim! Se quiser, eu monto um cardápio para você de como se alimentar ficar 100% durante a semana, e coloco lá na cafeteria para fazerem pra você. Eu realmente me importo muito com alimentação. E te acompanhar seria muito legal! Só que... e-eu não sou muito de fazer exercícios... eu nunca fiz, pra falar a verdade...

*Observou ela rindo do tamanho do seu prato e, parando pra ver, acabou concordando com o comentário dela. Talvez fosse realmente um pedreiro. Riu mais um pouco também de sua própria situação, mas assim que pôs a primeira garfada na boca se sentiu no céu. A comida dela era deliciosa e ele tinha ficado o dia todo sem comer, o que multiplicou sua felicidade naquele momento.*

- Panda-san, a comida está perfeita! Você é uma ótima cozinheira.

*Continuou comendo. Apesar de ter pego aquilo tudo, ele comida educadamente, certinho. Pelo menos nisso ele não parecia um pedreiro. Mas então ele para e olha pra Yoko quando ela pergunta de si. Ela tinha traços orientais e, realmente, Frank não conseguiria muito bem dizer se ela era japonesa ou não, apesar de ter passado pela sua cabeça que ela seria de outro lugar quando viu sua preferência por talheres e não hashi.*

- Nossa, um cardápio especial pra mim? Haha, eu agradeço. Nunca fez exercícios? Você tem um corpo bonito então achei que fizesse algo. Er... quero dizer...

*Ele falou aquilo na boa, mas depois foi se tocar o que tinha falado. Droga, agora ela iria pensar mal dele, achar que era um pervertido ou coisa assim. Pelo menos era o que Frank achava, ainda não sabia como a professora pensava. Frank logo, muda de assunto, respondendo alguma coisa sobre si para a morena.*

- Você quer saber de mim? Ok... Bem, pela minha aparência deve ter notado que não sou japonês. Eu sou inglês e vim pra esse país tem pouco mais de três anos, e vim justamente para me preparar para trabalhar nessa escola. Foi bem dificil no começo, o Japão é um país totalmente diferente do meu, mas agora já estou bem com os costumes e a língua eu me forcei a aprender logo justamente pra poder dar as aulas. E você, não é japonesa, certo? Também quero te conhecer melhor.

* Yoko corava um teco ao ouvir o que o professor dizia, ficando completamente feliz por ele aprovar sua comida. Yoko viveu sempre sozinha, então teve que aprender a ser uma dona de casa extremamente rápido, e particularmente, faz isso super bem. Assentia com a cabeça, em forma de agradecimento pelo elogio, enquanto ficava a olha-lo comendo, e comendo também. Cada salada deixava a professora com mais orgulho de si, pois mesmo sendo o mínimo que podia fazer no momento estava perfeito. Estava comendo normalmente, até que ouvia o elogio, e engasgava brutalmente. Após tossir pra caramba, e dar alguns tapas no próprio peito, Yoko ficava brutalmente corada. Para disfarçar que estava sem graça, Yoko arrumou algumas vezes o óculos em seu rosto, mas ao mesmo tempo, Yoko tentava esconder o decote dos seios com ambos os braços, colocando-os na frente dos mesmos. Estava tão acostumada com elogios infames, apesar do dele ser algo completamente natural e nada ofendedor, mas ainda sim, passou várias coisas ruins a respeito de Frank em sua mente. Talvez Yoko pedisse por isso usando essas roupas, que no caso eram "típicas" da família Mei. *

- S-sim, um cardápio p-para você. E-eu, de tarde, irei comprar mais alimentos para fazer pratos legais... s-se quiser vir comer...

* Ignorava a parte dos exercícios, mas... Nah. Frank fora gentil demais com Yoko para ser um pervertido como os outros. Sabia de seu corpo, sabia que ele era atraente, é claro que o professor ali iria se atrair. Bom, voltou com o sorriso e voltou, lentamente, a comer, até que Yoko se engasga novamente ao ouvir a pergunta do professor sobre sua nacionalidade. Após, novamente, ficar um bom tempo tossindo, Yoko olhava para o professor. *

- Por que está me perguntando isso? Eu sou sim chinesa, digo, eu sou sim japonesa!

* É, Yoko se entregou. Yoko nunca mais contara sobre seu passado e isso poderia intriga-lo, assim, suspirava profundamente, desorgulhosa de si mesma. Olhava para ele, com um sorriso um tequinho falso, e assim dava algumas risadinhas. *

- Eu minto muito mal, né? Eu sou chinesa.

*Yoko da uma engasgada logo depois do seu "elogio" e seu pensamento se confirma, agora ela pensava mal dele. Nosso querido pedreiro não tem jeito é o rei de cometer gafes quando se diz respeito a mulheres. E o pior é que não faz por mal, é simplesmente seu jeitão de ser mesmo. Frank para de comer para dar atenção a Yoko, da umas batidinhas bem de levinho nas costas dela, porque ele tinha noção de sua força, pra ajudar a desengasgar.*

- Desculpe, era pra ser um elogio mas acho que falei de forma errada.

*Claro que se desculpou, viu que ela ficou bem sem graça com o que tinha dito. Frank só voltou a comer depois de ver que ela estava bem e estava tudo voltando ao normal quando mais uma vez ela da uma super engasgada, mas dessa vez não entendeu o motivo. Será que ela não gostava de falar sobre si mesma para as pessoas? Poderia ter acontecido algo na vida dela que na gostava de contar, o que era perfeitamente compreensível. Muitas pessoas tinham segredos e assuntos que não querem trazer a tona. Yoko ficou visivelmente incomodada, então não perguntaria mais nada. A essa altura Frank só esperava não falar mais nada errado.*

- China? Interessante. Mas, não se preocupe, Yoko-san, vou entender se não se sente confortável em falar sobre isso. Todos tem seus segredos, certo? É de sua vida que estamos falando, então vou respeitar sua decisão. Se algum dia quiser falar, também sou todo ouvidos.

*Olhava direto nos olhos dela, falava sério mas no fim deu um sorrisinho de leve, pra passar um pouco de confiança pra ela.*

* Sentia os tapinhas nas costas e isso a fazia melhorar bem mais rápido. Ouvia o pedido de desculpas do professor, e bom, parecia sincero. Olhou para ele e deu um belo de um sorriso, e logo tratou de dar uma garfada média no prato do loiro, comendo um teco da comida dele. Após engolir, Yoko dava algumas risadas e tirava seus braços da frente de seus seios, pois não tinha que esconder nada já que ele a respeitava, não é? *

- Pedreiro-san é que eu estou muito acostumada a ouvir elogios infames, me faltando com respeito, e isso me deixa um teco machucada já que não pedi pra nascer com esse corpo, e essas minhas vestes são de minha falecida família.

* Mesmo rindo, o vocabulário de Yoko ficou um teco mais culto, e ele poderia perceber que algo de errado estava acontecendo consigo. Yoko começava a ficar triste, nervosa, com saudades e extremamente pensativa. Nunca contara sobre seu passado pra ninguém, e isso, bom, isso poderia ocasionar em problemas. Vai que ele era um outro informante da máfia chinesa? Nah, seria impossível. Ou, se fosse, era muito azar da morena. Yoko parou de rir e abaixou a cabeça, ficando a sorrir tristemente, enquanto ficava a olhar o prato de comida, como se estivesse olhando para o nada. *

- Você... você promete não se assustar, pedreiro-san?

- Ei!

*Foi a pequena reclamaçãozinha junto com uma careta, brincando obviamente, que fez quando ela roubou comida de seu prato. Mas não deixaria barato.*

- Tudo bem, eu pego de volta.

*E da uma garfada no prado de Yoko, numa quantidade equivalente à que ela tinha pego do seu, como uma "vigancinha". Depois de terminar de mastigar e engolir, deu uma risada, achando graça também desse roubo de comida que eles faziam. Logo olha pra ela mais uma vez, já mais sério novamente, depois de ouvir o que ela dizia. Ela estava diferente ou era impressão sua? O que tinha acontecido durante a vida da morena que a fez mudar tão repentinamente seu jeito de falar?*

- Vou ser sincero com você. Seu corpo realmente chama a atenção de um homem. Mas quem se dirigia a você achando que sua pessoa só se resumia a seu corpo certamente era um completo idiota. Com o pouco que conversei com você hoje já notei que é muito mais que isso. Você é uma mulher bonita, inteligente, esforçada, dá valor e protege quem está a sua volta. Além disso, acabou de dizer que veste o que era de sua família, o que significa que também dá muito valor aos laços familiares. É fácil se interessar por um corpo bonito como o seu, mas, pra mim, o conteúdo, o que a pessoa é por dentro é o que mais conta. Eu sempre tive problemas quando mais novo, eu era excluído simplesmente por ser mais inteligente que os demais ao meu redor. Ninguém nunca tentou ver o que eu era além das minhas notas altas. Só fui me adaptar quanto já estava na faculdade, onde eles valorizam quem se sai bem. Também é o mesmo que aconteceu com a menina azulada hoje a tarde. Ela é diferente, sim, mas se a conhecer vai ver que ela é uma ótima menina e muito inteligente. O que quero dizer é, que julgar o que está por fora é muito fácil, mas se dispor a conhecer melhor aquela pessoa, pode dar mais trabalho e demorar, mas certamente vale a pena. É o que eu acho.

*Era isso, Frank era uma pessoa que simplesmente não admitia preconceitos de nenhuma forma e se visse alguém com problemas do tipo não se seguraria pra intervir e ajudar. Logo viu a morena ficar com um olhar triste, perdido, parecia estar se segurando pra não chorar. Talvez ela precisasse botar pra fora aquilo tudo que ela sentia, precisava de alguém pra confiar e contar tudo. Ver a moça, que era tão alegre, sorridente e cheia de energia ficar com essa cara era de cortar o coração. Não podia deixá-la na mão agora, então Frank levou a mão direita para o queixo dela e de leve ergueu seu rosto, de modo que conseguiu olhá-la nos olhos mais uma vez.*

- Panda-san, eu prometo. Pode me contar o que quiser.

* Yoko tomava um susto ao ouvir a reclamaçãozinha dele, será que ele ficou bravo? Mas ao ver que o professor fez o mesmo, Yoko começou a rir com ele, até colocou a mão no ombro do mesmo para parar de rir. Não, aquilo não fora lá uma das coisas mais divertidas do mundo, mas esse momento estava sendo tão precioso que todos os sentimentos que apareceriam seria multiplicado. Estava divertido, até que ele voltou a olhar seriamente para a professora e sabia que estava chegando a hora de, finalmente, contar a alguém o que aconteceu. Ouvia atentamente o que ele dizia, e assim, ficava com o rosto levemente corado, tanto pelos elogios, quanto pelo chacoalho que ele deu nela. É... ele era diferente. Ele era realmente diferente de todos os outros que tentaram algo, até porque, ele nem tentou (q). Ficava por um bom tempo calada, olhando para o nada, até que sentiu o loiro levantar sua cabeça e olhar profundamente em seus olhos. Ficava até assustada com a promessa dele, ele nem ao menos sabia do que a morena tinha feito em seu passado e fez questão de prometer. Ele era um homem de ouro. Hesitava, afastando a cabeça da mão dele e voltando a olhar para o nada, até que, após um longo suspiro, Yoko criou coragem e voltou a olhar para ele. *

- Meu nome é Xiao Mei. Venho do núcleo de uma grande máfia chinesa, onde meu pai era o líder. Um certo dia ele foi assassinado por outra máfia, e aí começou meu tormento. Grande parte da "família" foi morta por essa outra máfia, então eu e minha mãe nos mudamos para o interior para nos proteger. Um certo dia minha mãe se matou enforcada, dizendo que não tinha mais motivos para viver, nisso eu era só uma adolescentezinha. No enterro eu conheci um cara que me ajudou em muito com a perda dela... e começamos a namorar. Passamos a viver juntos, até que depois de um ano eu contei a ele o meu passado na máfia... e... bom... pouco tempo depois... chegaram 20 homens na minha casa e tentaram...

* Yoko parou de falar. Estava difícil falar, e ele poderia perceber pela voz embargada de choro da professora. Seus olhos encheram-se de lágrimas, mas não derrubava nenhuma, e após outro suspiro, voltou a falar. *

- Tentaram usar meu corpo e depois me matar. Nisso eu criei um escudo de penas e não vi o que aconteceu depois, como se eu tivesse desmaiado, e quando acordei estava em meio a muito sangue... eu matei os 20 homens com as minhas penas... E logo fiz questão de ir atrás do informante e mata-lo como minha mãe se matou... eu saí de mim nesse momento, eu nunca faria isso com ninguém, mas eu não estava sã... Bom tempo depois comecei a pesquisar o que eu era, e descobri que era o mesmo que meu pai, uma harpia, e por isso ele era tão habilidoso e famoso... Terminei minha escola em Tóquio, fiz minha faculdade e comecei a dar aulas... mas... não tive nenhum amigo nesse tempo, na verdade, nunca tive... eu... eu tentei me matar, mas esse escudo não deixou... e com isso decidi começar a viver. Vi que tinha uma escola para gente como eu, e isso me deixou tão feliz... vim para cá e to fazendo vários e vários amigos...

* Após isso, Yoko começara a rir tristemente. Suas lágrimas começaram a cair e cair, molhando toda a mesa. Colocava ambas as mãos na mesa, apertando os próprios punhos enquanto chorava sem parar. Era difícil para ela, afinal, era praticamente a primeira vez que contava isso depois de seu ex. *

- Eu prometi nunca mais chorar... não sei porque estou chorando... eu estou bem agora, não estou? Então... por quê...

*Ele escutou tudo que Yoko contava com a máxima atenção e... era muita coisa que tinha acontecido com ela. Até demais. Máfia, assassinatos, suicídios, espiões, fugas. Parecia até coisa de filme, mas não, era a vida dela. Tinha entregado seu coração a alguém que depois a traiu da forma mais cruel possível. Estava impressionado com toda a história e com o fato de que ela, de alguma forma, ainda conseguiu encontrar forças para voltar a sorrir e seguir sua vida. Mas agora ele entendia perfeitamente toda a carência que ela tinha por companhia, ela precisava desesperadamente achar alguém que pudesse confiar. Mesmo impressionado com tudo, a expressão de Frank não mudava, continuava sério, olhando pra ela. Tinha prometido que não se assustaria, então de forma alguma poderia demonstrar nada parecido. Via que ela tentava se segurar pra não chorar, mas era impossível, as lágrimas caíam cada vez mais. Ela precisava por tudo isso pra fora ou continuaria sofrendo muito com todas essas lembranças tão pesadas. Segurou firme as duas mãos dela que estavam sobre a mesa.*

- É porque você tem carregado tudo isso nos ombros sozinha por tempo demais. Essa é a hora pra você chorar tudo que tem vontade, de por pra fora, de aliviar toda essa dor e tristeza acumulada. Depois disso vai se sentir melhor e voltar a sorrir lindamente como você sempre faz.

- Isso... isso não me machuca!

* Após dizer, dando uma bela ênfase na ultima palavra, Yoko dava um soco na mesa que a quebrava no meio. Continuava apoiada com ambas as mãos, uma em cada parte que se formou da mesa, enquanto os pratos caiam no chão espalhando as comidas por lá. Yoko chorava, chorava e chorava, depois do que ele disse, chorou mais ainda. Estava triste, era pra ter soltado isso a muito tempo, e aquilo estava sendo como uma libertação para a morena. Ao sentir as mãos dele sobre as próprias, Yoko parava de chorar por um instante, e assim, olhava assustada para Frank. Ele... ele não faria mal a ela. E assim, num impulso, Yoko se jogava em cima de Frank, derrubando-o no chão e caindo por cima dele. Após isso, Yoko passou a abraça-lo fortemente, não para machucar, mas era o que precisava. Ele poderia se assustar com isso, mas realmente só queria ter alguém para abraçar. Afinal... fazia quantos anos que Yoko não abraçava alguém? *

- Obrigada, Frank. Obrigada...

[WTF!!! Quebrou... a mesa... exatamente no meio!! o.o]

*É, ele não ficou impressionado por quebrar a mesa, mas pelo simples fato de ter sido precisamente na metade.*

[Se ela consegue fazer algo assim nervosa, imagina se estiver concentrada. =_=']

*Mas não era hora pra ficar pensando nisso, a mesa era o menos importante agora. Logo voltou sua atenção para Yoko. Ela chorava cada vez mais, estava realmente soltando os sentimentos que estavam presos. Não conseguia imaginar como ela tinha conseguido se segurar por tanto tempo, e ainda arranjar forças para seguir em frente e sorrindo. Ela era muito forte mesmo. Então ela se joga em cima dele com tudo e os dois vão para o chão. Sente o abraço forte que Yoko lhe dá e não pensa duas vezes, a abraça forte também, para ela sentir que ele ficaria ali do lado dela.*

- Ora, não precisa agradecer... apenas fique assim o quanto precisar até se sentir melhor.

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