-Quarto 280

Relembrando a primeira mensagem :

-Este quarto está registrado no nome de Segawa Naoyuki.

- Muito menos eu... eu mal consegui focar nos estudos. Você já não sai mais da minha cabeça, garota.

* Ria após dizer isto, porém, era verdade. Keiko já não saia mais da cabeça de Naoyuki, e isto era... bom, até. Bem bom. Ele tinha com quem se preocupar agora, ele tinha uma pessoa para amar e cuidar mais uma vez, e isto fazia com que o professor se sentisse muito bem. Era maravilhoso cara segundo que ele passava com ela. Afogou seu rosto nos cabelos dela, sentindo o gostoso perfume do cabelo dela, enquanto ria. Começava a fazer um carinho gostoso no braço dela, por onde ele a segurava. Sabia que ela estava confortável, e tudo que queria era fazê-la se sentir ainda melhor com ele. Ele nunca esqueceria daquele momento, praticamente, está sendo o dia em que o professor mais está se aproximando de sua amada. Não trocaria o dia de hoje nem pela maior riqueza do mundo: sua maior riqueza era Keiko, então, nada era mais importante para ele do que a garota. *

- E isso é ruim?

* Dava uma risadinha junto a ele. Keiko nunca foi uma super estudante, com notas maravilhosas nem nada, então não se levantara um segundinho para pegar seus materiais, só ficara deitada o tempo todo pensando no amado. As carícias, a proximidade, tudo. Talvez a posição em que ele estava, estivesse ruim para o mesmo, o que a preocupara, mas ficara quietinha. *

- Eu nunca mencionei isto, né?

* Ria após dizer isto. É, não era nem um pouco ruim. Bem, poderia deixar as aulas dele um pouco mais fracas, mas não, não deixavam não. E bem, eu, o grande gordo off do Naoyuki, tenho a dizer que a próxima aula dele vai ser tão do caralho que seus cus (EU SEI QUE TEM MUITA GENTE QUE STALKEIA OS QUARTOS, SEU SAFADOS) vão cair dos seus bumbunzinhos. Voltando à narração, o professor parava de rir apenas para continuar sorrindo, enquanto deixava um outro beijo fraco nos lábios da garota. Sem tirar a proximidade do rosto dela, ele ria de leve, soltando palavras leves e baixas como sussurros. *

- Eu amo pensar em você. Eu amo tudo em você. Absolutamente tudo.

* E isso fora outro baque na marrenta. Abaixou a cabeça e ficou novamente a pensar, mas quando voltara a fita-lo, aquele meigo e incomum sorriso estava de volta para a alegria da nação [?]. Naoyuki, sem dúvidas, é perfeito. Esses momentos são únicos e inesquecíveis. *

- Até meu jeito nervoso?

- Se ele está incluído em você, então é, até teu jeito nervoso. Eu disse tudo, afinal.

* Ria com aquilo, dando um selinho nos lábios sorridentes da garota. Afastava-a um pouco enquanto se espreguiçava, mas novamente voltava a segurá-la daquele jeito gostoso que estavam. Soltou um bocejo não por sono, mas por pura preguiça. *

- Você tem certeza que já está bem melhor, hon?

* Não deixou de se espreguiçar também, já que ele a deixou com vontade de fazer isso, mas somente se encolhia para isso. Agora ao normal, e depois de retribuir o selinho do amado, ficava mais bobinha ainda com o que dissera sobre seu jeito marrento. E, sim, Keiko está bem melhor do que estava antes. Estava sim com as cicatrizes ainda, mas em questão de dor eram praticamente nulas. Só doia quando fazia algum tipo de esforço ou ficava em alguma posição. *

- Uhuun, juro. Só dói de vez em quando, e to com medo das cicatrizes não sumirem.

- Bem, eu não quero assustar e muito menos meter o Tarso, mas elas não vão sumir. Só vão ficar mais claras...

* Era verdade. Não tinha realmente como fazer as cicatrizes sumirem, mas que elas iriam diminuir e iriam ficar quase invisíveis... bem, talvez isto. Era perigoso de qualquer forma, sabia que a autoestima de Keiko já não era alta, então... né. Mas de qualquer forma, Naoyuki não mentiria para ela, mas no fundo, sabia que ela também sabia que ficaria com as cicatrizes para sempre. Deixava um beijinho no nariz dela, sorrindo para a garota logo após. *

- Mas com elas ou não, você não vai deixar de ser a garota mais linda do mundo.

* Não era isso que queria ouvir. Não era mesmo. Era para Naoyuki dizer que elas iriam sumir! Keiko se sentou na cama e encolheu suas pernas, abraçando-as e afundando seu rosto nas mesmas, mesmo depois daquele beijinho suave e aquela frase tão romântica do amado. Keiko queria ser bonita para sempre! A morena se esforça tanto com maquiagens e com seu cabelo para acontecer algo do tipo. Tsugumi é uma vadia, sem dúvidas. E agora Naoyuki tem mais um motivo para deixa-la! Aquela posição doía muito as costelas da pequena, mas não estava ligando. Quando parou de abraçar suas pernas, olhou para o professor e simplesmente o empurrou em direção ao chão, para que ele caísse mesmo, e não estava nem ligando. *

- Não era para você dizer isso! Eu não quero ficar feia... ou... mais feia ainda...

- Wh-Whoa!

* Era raro como água em deserto, mas Naoyuki foi pego de surpresa. Não esperava que ela o jogasse assim, não estava esperando aquilo. Ela talvez tinha entendido errado, ou algo assim, para ter aquela reação. Ele não podia mentir para sua amada, não teria motivos e nem como mentir para ela: não tinha a cara de pau de mentir para ela. Quando ele caiu, fez-se um estrondo um tanto alto, até porque o impacto que fez ao cair da cama fez com que ele batesse a cabeça no móvel atrás dele, fazendo o mesmo tremer um pouco, e consequentemente, a cama também. Passava a mão na parte de trás da cabeça para aliviar a dor, que tinha o pego de surpresa também. Era um dia cheio de surpresas, pelo jeito. Ia se ajeitando aos poucos, com as costas encostadas no móvel, sem tirar a mão de trás da cabeça. Talvez o tivesse cortado, mas nada era mais importante do que acalmar Keiko agora. Claro que não culparia ela pelo que tinha acontecido, isso se tiver acontecido algo. Dava para sentir algo molhado em sua cabeça, mas talvez seria algo diferente, como água, talvez. Não preocuparia Keiko com isto. O impacto foi forte e ele sentiu; o peso do corpo do professor era monstruoso por causa do titânio e outros metais, por isso tão forte. Não era culpa dela, claro, então nem falaria nada por agora. Seu olho, tho, não mudou do púrpuro em nem um momento. *

- Oe, hon... eu não quis dizer isto. Você é a garota mais linda do mundo para mim, você nunca vai ficar feia...

* Agora procurava os olhos dela com o seu, ainda entre-aberto. Uma pequena dor de cabeça atacava o professor. *

- Você é a garota mais linda do mundo...

- NAOYUKI!

* Ok. Não precisava ter feito isso. Levou um baita susto ao ouvir o enorme barulho que o professor fizera ao colidir com o chão. Não pensara nas consequências, só em seu jeito emburrado e que adora descontar suas frustrações nos outros. Graças ao susto, se sentara na cama rapidamente, colocando os pés no chão e a mão destra em uma das costelas que doera devido ao rápido movimento. Soltara um gemidinho de dor por conta disso, mas não fora nada. Se ajoelhara no chão, colocando uma das mãos ao lado dele e levando a livre para o rosto do mesmo. *

- Desculpa, desculpa, desculpa.

* Sim, Keiko pedindo desculpas. Ele não merecia ter levado essa super pancada no chão por conta do seu stress. Ela que tivesse socado uma parede, ou simplesmente chorado. Ouvia o que ele dizia sobre si, e isso a fizera se sentir mais culpada ainda. Não, agora quem iria ser mimado seria ele. É claro que se isso não acontecesse, iria dramatizar mais um pouco sobre ficar feia e tudo mais. Keiko é tão negativa consigo mesma, e agora isso de seu corpo. Ele é tão fofo, cada elogio a fazia se apaixonar mais e mais. Levava seus lábios até a bochecha do amado, desferindo um pequeno beijinho ali em sinal de agradecimento por todos esses elogios, e iria se esforçar muito para ser essa menina "mais linda do mundo" para ele sempre. Até que notou a mão atrás da cabeça do amado, assim deu uma pequena engatinhada para frente e, agora só de joelhos, levara uma das mãos até a mão dele, retirando-a do local, já a livre, colocara-a ali para sentir se tinha algo de errado. Sentiu um líquido mais viscoso, parecido com água, mas diferente, e assim, retirou a mão de lá e quando viu: sangue. Isso fez Keiko arregalar os olhos e entrar em desespero, e se levantou rapidinho e foi para o banheiro do professor, pegando um pano e umedecendo-o. Voltou correndo para o quarto e se ajoelhou ao lado dele, puxando o corpo do amado com uma das mãos, para que ele não ficasse encostado no criado mudo, e com o pano, levara até a cabeça dele, dando umas limpadas no local e apertando suavemente para que não saísse mais sangue. Keiko não sabe muito o que fazer nessas horas, estava completamente perdida e assustada, ficando com seus olhos cheios de lágrimas. *

- Naoyuki... Naoyuki...!

* Não a respondia por alguns momentos, a pancada tinha sido forte devido ao peso do professor. Assim sendo, quando abriu o olho, após fechá-lo quando sentiu o gelado do pano no corte, ele viu tudo embaçado, de forma estranha. Sorriu após isto, mas a dor de cabeça era forte. Com dificuldade, como se seu braço pesasse uma tonelada e meia, e retirava o braço de sua amada. Com a outra mão, segurava o pano na própria cabeça. Passava a olhar para ela, com a visão mais relaxada. Conseguia sentir o machucado se melhorando aos poucos, e não estava nem um pouco com cabeça para explicar a velocidade em que se curava. Agora, olhando para ela, ele riu. *

- Heh, está tudo bem. Foi só uma pancadinha. Vamos, você está machucada ainda, eu ouvi seu lamento.

* Levantou-se, se sentando na cama. Talvez ela não percebesse, mas o professor jogou o pano com cuidado em cima do criado mudo. Com ainda mais cuidado, sentado na cama, ele segurava no braço de Keiko e a ajudava a se sentar ao seu lado. Colocava sua mão direita na costela da garota, a massageando com bastante cuidado. Não era efetivo, até lembrar que em seu criado mudo, ele ainda possuía um pouco da pomada. Abriu a gaveta e dentro, estava o pote. Colocou um pouco de seu conteúdo na mão, aplicando no local onde a garota estava machucada. Queria mudar de assunto sobre a paulada, claro, seria simplesmente ridículo só pelo fato de já não ter mais nem o corte ali. A dor de cabeça prevalecia, mas passaria logo, se ele não se enganasse sobre seus poderes. Massageando com cuidado o local machucado da garota, ele a olhava nos olhos, com um olhar preocupado. *

- Vamos tomar cuidado para que isso não se agrave, hon...

- C-como você pode estar se preocupando comigo? Olhe pra você! Você está sangrando!

* Agora, sentada na cama ao lado dele, Keiko o fitava super assustada ainda. Aonde... o pano foi parar? Ele o jogou fora? Por que ele fez isso? Ele está machucado e precisa de cuidados! Ficou procurando por trás do amado, mas nada. E ele parecia já estar bem... como? Ele não estava, e Keiko tinha que cuidar dele. Ele já cuidou tanto de si, que agora era a vez dele. Mas, pela décima vez não conseguiu fazer nada, e a única cuidada ali foi si mesma. Um tanto cabisbaixa, retirou a própria blusa para que ficasse ais fácil dele aplicar a pomada por todo aquele lugar. Estava quieta, caladinha, nem ao menos se movia direito, somente para olhar para o chão todo. Por que ele é desse jeito? Keiko não precisa de tudo isso! Keiko não é um bebê. *

- O que você está fazendo...?

* Não perguntara isso diretamente, é claro. Ele estava passando a pomada e isso é óbvio, mas... tudo isso. Por quê? Agora Keiko está feia, com o cabelo bagunçado e com marcas eternas. Keiko não é mais bonita, fora que é birrenta, mimada e infantil. Como ele pode gostar de alguém assim? Como ele pode gostar de alguém que o fez sangrar? E, por que diabos, ele se importava mais com a namorada do que consigo? Não, não! *

- Cuidando do meu maior bem. Meu único e maior bem.

* Terminava de passar a pomada, para então olhar para a garota com um sorriso e depositar na testa dela um beijinho fraco, leve e carinhoso. Colocava por cima dela o cobertor: a garota estava semi-nua e estava um frio danado, a última coisa que Naoyuki queria era que ela pegasse um resfriadão. Não seria nem um pouco bom, só de espirrar, as costelas dela saíram pela boca dela. *

- Você não quer pegar um resfriado, não é?

* E então ele se ajeitava na cama, sorrindo. Checava atrás da cabeça novamente, por baixo dos cabelos, e já não se encontrava mais nada ali. Ele então, vendo que ela tinha percebido algo apenas pelo jeito que agiu... Naoyuki suspirou. Após isto fechou os olhos, e então segurou na mão de Keiko, sorrindo. Não era tão grande coisa assim, mas mesmo assim, talvez... talvez ela o achasse um monstro, um não-humano e um homem estranho, bizarro, monstruoso. *

- Se chamam Nanomachines ~~son~~. Toda vez que eu me machuco, elas agem. Mas só fora de batalha, claro. Elas precisam de calma e tranquilidade para agir perfeitamente... é algo do meu corpo, coisa do Dok.

* Virava o rosto para o lado instantaneamente ao ouvir o que ele dizia. Por que ele é desse jeito? Ele não pode! Ele tem que se gostar em primeiro lugar, e... Nah, Keiko não fazia isso, por que ele tem que fazer? Mas o orgulho da pequena não a deixava pensar assim. Ele... é um idiota! Agora, com o cobertor sobre suas costas, segurava-o e envolvia-o em todo o seu tronco para que nenhum ventinho a tocasse. Ele realmente está certo sobre isso, não pode ficar resfriada de jeito nenhum. *

- B-Baka...

* Emburrada, Keiko ouviu tudo o que ele disse sobre si mesmo e se assustou. Se assustou e MUITO. Voltou a olhar para ele com sua feição assustada e sua boca um pouco aberta. O que diabos é essa palavra esquisita que ele falou? O que é tudo isso? Isso é bem estranho, cada dia que passava ele parecia mais um robô com sangue e sentimentos. Fora que ele é um Dullahan. Não que isso fosse um problema para o amor dos dois, mas... era estranho. *

- O que é isso...?

- Como se... pequenos ácaros feitos de energia se entrelaçassem em cima de meu machucado e fizessem uma sutura rápida, e sem cicatrizes. É interessante...

* Ela estava achando muito estranho, e só a feição dela revelava isto. Mas bem, agora não tinha escapatória, desde que decidiu contar à ela. Foi meio precipitado, mas fazer o que. Nem passou pela cabeça do professor a chance dela pedir alguma informação a mais, mas né... não tinha problema dele contar isto, então, apenas a fitava, esperando uma reação... sobre a palavra ácaros. *

- ... que que é isso?

* E essa foi a pergunta. Desse jeito. Olhava para ele mais ou menos assim: "._.". Tá, isso até poderia ser engraçado, mas que porra de palavra é aquela? *

- Ácaros são bichinhos microscópicos que estão em todos os lugares da cama: travesseiro, colchão, edredons, todos os lugares. Você nunca os verá e muito menos senti-los, e provavelmente você não tem alergia à eles. São inofensivos, neste caso.

* Basicamente isso. Talvez Keiko ficaria assustada até de deitar numa cama agora, não assustada, mas com aflição. Causaria coceiras nela, só de imaginar, provavelmente. A cobria melhor, por causa da coberta caindo pelos ombros. *

* Keiko não é lá muito inteligeeeeente, assim, ficou olhando para o professor por um bom tempo com a mesma cara de antes, sem dizer nada. *

- Tá bom...

* E mais um tempo em silêncio com essa cara. Não tinha entendido nem um pouco a explicação dele, mas resolveu não perguntar mais. Na verdade, não estava interessada em saber que bichinhos vivem aonde dorme, né. Tá, isso nem é o principal da explicação, mas iria só ouvir isso e entraria em panico caso entendesse. Melhor deixar assim, não? *

- Você não sabe o que é, né? hehe

* Aninhava ela em seus braços mais uma vez, dando risada. Cortando aquele assunto, agora, ele colocava a mão por baixo das cobertas, acariciando a barriga da garota, deixando a mão escorregar para os machucados dela, onde passava a mão com cuidado. Sua feição ficava um pouco triste ao sentir os machucados, então, o professor dava um sorriso triste para a garota, beijando-a no nariz. *

- Não vou deixar isso acontecer de novo...

* Mostrava a língua para ele por ele caçoar da mesma. Claro que sabia que foi brincando, então, obviamente, mostrar a língua para ele também foi brincadeira, mas não seguia de uma risada. Poxa, além de feia, cheia de marcas, infantil, Keiko é burra? Pobre mente negativa. Sentia as carícias dele pela barriga, ficando um tanto desconfiada das intenções do mesmo, mas logo sentia-o acariciar, mais uma vez, suas costelas e todas as marcas que Tsugumi causou. Isso fez Keiko abaixar a cabeça e soltar um grande suspiro, mostrando claramente pelos seus olhos o quanto estava triste. *

- Você disse que iria me proteger sempre...

* Talvez essa estivesse sendo a escapatória, jogar a culpa em alguém sem ser Tsugumi. Soltou lentamente as cobertas e ficou só de sutiã, morrendo de frio enquanto se preparava para algo. Após mais um suspiro, levantou-se e andou para perto da cômoda e olhou-se no espelho dali. Keiko negou se ver no espelho desde que isso aconteceu, mas agora parecia o momento, e aquilo estava assustador. Novamente abaixou a cabeça e fechou os punhos, mas dera uma pequena risada da situação. A risada mais triste que Naoyuki escutaria na vida. Um brilho um pouco cor-de-rosa pôde ser visto saindo de Keiko, já que a mesma se fundira com sua arma e ficara com seu pingente de microfone. Começara a cantarolar músicas que aprendeu com sua mãe, uma voz suave e doce, que nem ao menos parecia da morena mesmo, até que se virou novamente para Naoyuki, revelando a ele as lágrimas em seus olhos quase a escorrer. Sorria para o amado, claro, tristemente. *

- Eu não posso mais ser uma Siren. Eu não tenho mais a beleza de uma, haha.

* E as lágrimas começaram a cair, mas seu triste sorriso não saía de seus lábios. É claro que Keiko não estava triste só por causa das marcas, mas sim, por quem as causou, por conta de toda essa situação, e agora porque decepcionou sua falecida mãe. Com certeza, se estivesse viva, estaria completamente decepcionada pela sua filha estar assim. Claro, isso é só o que pensava, mas a mãe de Keiko era bondosa demais para isso. *

- Mas eu vou te proteger sempre. Eu falhei, não...?

* É, ele tinha falhado uma vez, mas não quer dizer que falharia de novo. Afinal, naquele dia que Keiko fora atacada, ele estava trabalhando, e não brincando ou fazendo coisas toscas por aí. Mas, não vem ao caso. Ouvia a garota cantarolando, o que fazia seu olho voltar à ficar totalmente amarelo, um tom mais forte do que o amarelo normal dele. A voz dela entrava em seu ouvido feito uma pluma, entrava feito um ventinho fresco da meia noite, aquele ventinho gostoso e aconchegante. Quando ela se virou para ele, o sorriso fraco e sem gosto e as lágrimas caindo... simplesmente deixaram o professor morrer por dentro. Se levantava da cama, indo até a frente dela e limpando as lágrimas que caíam dela, uma a uma, deixando um beijo na testa da garota. Tirava a mão do rosto dela e passava-as para as costas nuas da garota, a abraçando de forma fraca. Tinha que dar um jeito de consolá-la, era horrível só de ver as lágrimas da garota escorrendo, aquele sorriso... ele não esqueceria aquele sorriso. De forma alguma... *

- Você não tem a beleza de uma Siren... você tem a beleza de uma Deusa. E por isso você ainda será a mais forte delas todas. Você vai se provar a melhor.

* Deixava-o fazer o que quiser, ficando de cabeça baixa o tempo todo. Seu sorriso nunca sumia, em momento algum, até ouvir a bobagem que ele dizia. Levou ambas as mãos ao peito dele e empurrou o mesmo com um pouco de força, o suficiente para tira-lo do abraço. Olhou para ele com seu rosto irritado de sempre, enquanto suas lágrimas continuavam a cair e cair. *

- PARE DE FALAR BOBAGENS! EU NUNCA SEREI PODEROSA, E AGORA, NUNCA SEREI LINDA TAMBÉM! Você... Você só diz isso porque é meu namorado...

* É claro que Keiko estava fazendo birra. O que ele disse a penetrou seu coraçãozinho maculado de forma tão profunda e intensa, que aquilo seria algo que nunca esqueceria. Estava, lá no fundo, emocionada pra caralho. Ele é o melhor namorado do mundo, sem dúvidas. Assim, após um bom tempo calada, abraçou seu amado o mais forte que conseguia. Era repentino, mas o fez. Apertou tanto que até poderia machucar suas costelas pelo esforço, mas que se dane. *

- Seu filho da puta... Eu te odeio...

* E começava a chorar mais e mais a cada instante. Claro que Keiko não o odiava. Era o amoroso jeito dela de dizer o quanto estava agradecida pelas palavras do amado. *

- Heh, take it easy, girl...

* Deixava ela o abraçar com toda a força que tinha, assumindo por dentro que ela estava o apertando até demais. Colocava seus braços com a leveza de uma pena pelo corpo da garota, a retribuindo o abraço com um tanto de carinho. Fechava o olho enquanto ela o abraçava, encostando seu queixo com a cabeça dela, pelo fato de ser mais alto que a garota. Ela ainda o abraçava, e ele conseguia sentir as lágrimas dela escorrendo, o que cortava o coração do professor. *

- Eu te amo também, ok? Vai ficar tudo bem, eu te prometo. Você é a melhor...

* É claro que não suportou a dor nas costelas por muito tempo, soltando um gemidinho de dor e soltando um pouco o abraço. Continuava a chorar a todo momento, até senti-lo encostar a o queixo em sua cabeça, o que a fazia soltar um pequeno riso. A dor da tristeza é muito maior do que das suas costelas, mas o amor dele, o carinho e os cuidados dele só a fazia ficar confortável com isso. Keiko tem uma cabeça fraca demais, com certeza não suportaria tudo isso se estivesse sozinha. *

- N-Nunca quebre uma promessa...

* E assim, aos poucos, soltou o abraço. Olhou para o chão e deu uma bela suspirada, como se estivesse acalmando seu coraçãozinho com isso. Logo, voltou a olhar para seu amado com um pequeno sorriso nos lábios, mas seu rosto inchado e vermelho devido as lágrimas. A única coisa que queria, por agora, é esquecer. *

- Eu sonhei que sua irmã estava viva. (ri-sos)

- Nunca quebrarei, ainda mais contigo. Você é tudo que eu tenho, Keiko. Não posso falhar com você...

* E então ele ia voltando de costas para a cama, segurando-a pelas mãos, como se a puxasse com ele. Quando se sentou na cama, a encontrava à sua frente. Seminua, com um pequeno sorriso de seu lamento estampado no rosto e com o rosto inchado. Com muito cuidado, passava os polegares no rosto de Keiko, limpando as lágrimas da garota. Ouvia-a falando sobre sua irmã, e pff... era só um sonho. As chances de Riko estar viva eram zero, ou até menos que isso. Ao ouvir aquilo, Naoyuki olhou para Keiko meio boquiaberto, para logo soltar uma risada fraca, fechando os olhos e negando com a cabeça. *

- Talvez tenha sido... realmente só um sonho... e como você via ela, amor? Como ela era?

* ... Sim, ele estava curioso. Se fosse uma premonição... como Riko estaria hoje? *

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